O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, evitou comentar a polêmica proposta de criação de metas de crescimento econômico apresentada nesta semana pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Mas deixou claro que, em sua opinião, uma estratégia de expansão mais ambiciosa do PIB passa necessariamente pela adoção de reformas estruturais.
?O Brasil está no caminho certo, com um patamar de crescimento que é o dobro daquele que registrou nas últimas décadas?, disse hoje Meirelles em entrevista à imprensa durante o início reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Cingapura.
Ele destacou que, com o controle inflacionário e a melhora no balanço de pagamentos, a vulnerabilidade do País foi reduzida. ?E na medida em que as crises começam a fazer parte da nossa história temos condições de discutir os caminhos que podem nos levar a taxas de crescimento mais elevadas?, disse. ?Esse é um debate legítimo, que agora vai agora se estabelecer no Brasil.
Meirelles afirmou que um maior crescimento do país ?certamente passa pelas reformas estruturais?. Entre elas, ?a reforma política, previdenciária, toda a questão envolvendo resolução de concessões e a possibilidade de fazer maior investimento em infra-estrutura?. Segundo ele, o ?País tem um vasto cardápio? de medidas e discussões nos próximos anos. Meirelles acrescentou que existe a expectativa do chamado "choque de gestão? a partir de 2007. ?Temos que aguardar para ver, mas a expectativa é positiva?, disse.
Meirelles afirmou que o BC está revisando sua previsão de crescimento do PIB neste ano, que ainda é de 4%, bem acima das estimativas do mercado e do próprio FMI, que é de 3,6%. ?Vamos até o final do mês soltar o relatório de inflação do Banco Central e ele terá nossa previsão atualizada?, disse. ?É preciso ter um pouquinho de paciência.