Debate na Band também foi marcado por comparações

Geraldo Alckmin atacou o pequeno crescimento do Brasil nos últimos anos e Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que o País está preparado para crescer mais de 5% em 2007 no primeiro debate para o 2º turno da eleição presidencial, ontem à noite, na TV Bandeirantes. O tucano repetiu que o Brasil "é o último da fila" no crescimento entre os países emergentes e disse que "o governo Lula do PT é um governo tartaruga". Lula rebateu com uma frase de efeito: "A qualidade de vocês é privatizar, privatizar, privatizar. A nossa, é investir no social, investir no social, investir no social.

Para o tucano, os juros altos do Brasil traduzem "o risco Lula" e explicou: "Precisa ter os juros lá em cima, porque não tem credibilidade." Ele citou várias obras de porte que Lula anota como realizações de seu governo e até agora não saíram do papel. Lula confirmou que várias delas só começarão no próximo ano e explicou que "essas coisas têm um tempo de maturação".

Alckmin disse que o Brasil está "na iminência de um apagão por falta de investimentos na área de energia". Lula contrapôs que seu governo criou novas formas de energia e exaltou o H-bio, o novo combustível, e a auto-suficiência na produção de petróleo, alcançada pela Petrobrás. Alckmin comentou que o governo Lula enfraqueceu e politizou as agências reguladoras.

Conselho a Bush

O tucano acusou a política externa do governo Lula de ser ‘um fracasso’. Disse que a Bolívia ‘humilhou’ o Brasil no recente episódio de ocupação das instalações da Petrobrás naquele país. Lula respondeu que o Brasil deve ter "responsabilidade de ajudar a Bolívia e o Uruguai". E resumiu: "Aquele povo passa muita necessidade". Sugeriu, ainda, que resolverá tudo com Evo Morales.

Alckmin acusou: "Por trás desse palavrório todo, há um presidente fraco. O Brasil foi submisso e omisso. O presidente da Argentina defende o trabalhador argentino. O presidente do Brasil tem de defender os interesses brasileiros.

Lula qualificou a política externa brasileira como ‘ousada’ e diagnosticou: "Esse país conquistou autoridade moral." Na defesa de sua política externa, disse: "Se Bush tivesse o bom senso que eu tenho, não haveria a guerra do Iraque. Ele poderia ter seguido o conselho do Brasil. Ele pensava que nem você, Alckmin.

O ex-governador criticou o mau estado das rodovias federais e Lula explicou que, quando assumiu, as estradas já estavam ‘totalmente esburacadas’. Citou portos e aeroportos que seu governo reformou e afirmou: "Vocês pensavam pequeno, eu quero o Brasil exportando para o mundo inteiro.

Lula cobrou de Alckmin os problemas de segurança em São Paulo: "O resultado foi o PCC tomando conta." O tucano desfiou números de seu governo e criticou o governo federal por não ter liberado verbas para o sistema penitenciário. Lula não negou, mas disse que Alckmin também cortou o orçamento para a segurança.

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