A gradativa melhoria da distribuição da renda no Brasil é um tema apaixonante não apenas para especialistas em teoria econômica, por seu elevado grau de relevância na sustentação de uma sociedade verdadeiramente igualitária, mas porque diz respeito ao cotidiano de milhões de pessoas ainda não aquinhoadas pelas benesses do emprego e do salário justo.
Em relação aos mais ricos da população, é inegável que a vida dos mais pobres melhorou desde dezembro de 1994, quando um salário mínimo adquiria 0,6 cesta básica. Hoje, com o valor do salário mínimo podem ser compradas quase duas cestas básicas. O cálculo foi feito pela Fundação Getúlio Vargas.
Entre março de 2005 e fevereiro de 2006, as regiões com maior expansão de vendas no comércio foram o norte e o nordeste, historicamente as mais carentes do território nacional. Dado definitivo sobre a melhoria da distribuição da renda entre a população nordestina foi o aumento de 15% nas vendas, três vezes mais que a média brasileira. O impacto positivo foi causado pelo programa de transferência de renda para cerca de 8,8 milhões de domicílios em março deste ano, o crédito consignado em folha de pagamento e o aumento real do salário mínimo.
Distribuição de renda não pode se restringir ao campo do debate acadêmico, terreno freqüentado por pouquíssimos e, tampouco, a mero estofo do discurso dos candidatos à Presidência, como mais uma vez estamos assistindo.