Debandada enfadonha

O Congresso Nacional encerrou os trabalhos legislativos referentes a 2007 sem apresentar à sociedade um balanço promissor. Por acordo das lideranças partidárias, a Câmara dos Deputados sequer esperou o final da semana para liberar a debandada de seus integrantes.

O Senado, para cumprir um protocolo aparentemente fiel às tradições da Casa e, também, para evitar o visível desprestígio diante de quem lhes paga os régios vencimentos, deixou a patética sessão de encerramento para o dia 24, véspera do Natal, embora menos de uma dezena de senadores estivesse em plenário.

De fato, a chamada câmara alta, integrada por grande número de ex-governadores estaduais e ministros, homens públicos de comprovada experiência e domínio dos principais problemas do País, passou quase todo o ano dando voltas e voltas em torno do imbróglio suscitado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), salvo da cassação do mandato pela renúncia negociada à presidência.

Mesmo não havendo escândalos financeiros como o mensalão ou sanguessugas, o Congresso ficou devendo à sociedade, à vista dos pífios resultados oferecidos à nação. Nenhum avanço foi registrado em termos de reformas essenciais reclamadas pela população.

Muitos congressistas se esforçaram para romper o marasmo, é preciso reconhecer, mas a teia de interesses contrariados, os lobbies e a lentidão natural do processo legislativo se encarregaram de manietar as tentativas de avanço. Infelizmente, é tarde para lamentar as oportunidades perdidas.

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