De cada cinco presos que a Polícia Federal (PF) enquadra por corrupção, peculato e fraude contra o Tesouro pelo menos um é servidor público. Mapeamento oficial revela que desde 2003 até a Operação Navalha a PF colocou atrás das grades 1.001 funcionários dos três níveis da administração.
A devassa, que no início cercou patentes menos graduadas do funcionalismo, chegou ao topo das instituições com a prisão até de magistrados. ministros, deputados, senadores e chefes do Executivo são alvos da investigação em série. Estão incluídos na lista 73 agentes, escrivães e delegados federais. A direção da PF diz não hesitar quando tem que "cortar a própria carne".
Foram 335 operações, que varreram o País em busca de documentos contra autoridades supostamente ligadas a organizações criminosas. Os federais já apanharam 5.682 pessoas. São efetivos ou comissionados os servidores a quem a PF imputa a prática de atos ilícitos. Muitos ocupam cargos estratégicos da administração, que alcançaram por indicação política.
Juristas, policiais, ministros dos tribunais superiores e advogados argumentam que o crime organizado se infiltrou na máquina pública de forma legal, por concurso ou pelo critério do apadrinhamento político. Servidores corrompidos detêm informações privilegiadas e, não raramente, a chave do cofre. Como ordenadores de despesas, sustenta a PF, manipulam processos de concorrência e liberam pagamentos superfaturados.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo