Prevaleceu a lógica e o relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), atendendo às ponderações que lhe foram feitas, tomou a decisão de incluir o empresário Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, no rol das pessoas indiciadas como fontes dos recursos manipulados por Marcos Valério de Souza.

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Assim como ficou evidenciado pelos levantamentos da comissão que as agências de Marcos Valério receberam cerca de R$ 12 milhões da Visanet, empresa com participação acionária do Banco do Brasil e, como a Usiminas repassara R$ 125 mil para o caixa dois da campanha do deputado Roberto Brant (PFL-MG), jamais poderia ser perdoado o lapso de omitir a ?contribuição? das operadoras Telemig Celular e Amazônia Celular.

A CPMI descobriu que as respectivas companhias, oriundas do programa de privatização do governo FHC, carrearam recursos de R$ 122 milhões (Telemig) e R$ 36 milhões (Amazônia) para as agências DNA e SMP&B, mas o relatório deixou de especificar se os pagamentos correspondiam à prestação de serviços de publicidade.

Na época em que os recursos foram repassados a Marcos Valério, o operador do Banco Opportunity, Daniel Dantas, exercia a administração da Brasil Telecom e de suas subsidiárias Telemig e Amazônia Celular. A função foi-lhe retirada em outubro de 2005, face a sentença que extinguiu o rumoroso processo movido pelos fundos de pensão também proprietários das citadas empresas de telefonia.

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Ouvido pela CPMI na fase de investigações, Dantas colocou-se como vítima da perseguição dos governos FHC e Lula, mas deixou imensas dúvidas quanto à forma como dirigiu a Brasil Telecom e quais foram suas relações com Marcos Valério e a cúpula petista.

Dúvidas que o Ministério Público deverá esclarecer a partir de agora, dentro de sua especialidade e competência. É o que se espera.

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