O sócio-fundador do Opportunity, Daniel Dantas, disse em depoimento conjunto às CPIs dos Correios e do Mensalão, que não "tem conhecimento, apenas informações" da ligação e das supostas interferências do chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos e ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Institucional (Secom) da Presidência da República, Luiz Gushiken, nos fundos de pensão.
Os fundos, junto com o Citigroup, participaram da privatização do Sistema Telebrás com recursos entregues para gestão ao Opportunity. Ele disse que não poderia falar em detalhes sobre as relações do ex-ministro com os dirigentes dos fundos de pensão por falta de conhecimento.
Entretanto, concordou com a afirmação de um dos deputados do plenário de que Gushiken poderia ter feito intervenções para que a Anatel tomasse decisões em favor dos fundos de pensão nos debates recentes sobre a Brasil Telecom, em detrimento, portanto, dos interesses do Opportunity. "É essa a informação que eu tenho também", disse Dantas.
O Opportunity tentou impedir sua destituição dos antigos CVC Estrangeiro e CVC Nacional na Anatel. A alegação era de que seu afastamento dos fundos caracterizaria troca de controle da operadora e colocaria em risco a gestão das companhias. A Anatel não acatou a argumentação do grupo de Daniel Dantas.