Terminaram nesta tarde as duas audiências de Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, na 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Segundo a assistente de acusação Maria Elizabeth Queijo, que acompanhou todo o depoimento, o banqueiro negou ter contratado a Kroll e disse que, portanto, desconhecia as práticas ilegais da empresa de espionagem. Há suspeitas de que ele tivesse negociado com a empresa uma investigação de seus inimigos políticos, além dos fundos de pensão de estatais (Previ, Petro e Funcef) e a Telecom Itália que, juntos, pretendiam assumir o comando da BrT.
Dantas, réu em duas denúncias criminais por formação de quadrilha e interceptação ilegal de conversas telefônicas, afirmou que a responsabilidade da contratação da Kroll era da direção da Brasil Telecom, controlada à época pelo Opportunity. Ele se limitou às perguntas da Justiça Federal e se negou a responder qualquer questionamento da acusação.
As denúncias contra Dantas foram oferecidas em abril pelas procuradoras da República Anamara Osório Silva de Sordi e Ana Carolina Yoshi Kano. O banqueiro é o último a ser ouvido na primeira fase do processo de audiências de instrução dos réus. Outras 24 pessoas já foram ouvidas entre os dias 3 de maio e hoje. O dono do Opportunity deveria ter sido o primeiro interrogado, no dia 2 de maio, mas conseguiu liminar e retardou a audiência.