Antonio Scorza/AFP
O lateral Daniel Alves, apontado por grande parte da imprensa como o 12º jogador da seleção brasileira, afirmou nesta quinta feira que não se considera um reserva dentro do grupo convocado pelo técnico Dunga para a Copa do Mundo da África do Sul.
¨Não me sinto reserva, me sinto um jogador que está no grupo, que tem possibilidades, que tem chances de ter oportunidades. Quando tiver oportunidade, seja um minuto, seja um jogo inteiro, vou procurar aproveitar como tenho feito sempre¨, declarou, em entrevista coletiva no Randpark Golf Club.
O jogador do Barcelona teve chances nos últimos dois amistosos da seleção, contra o Zimbábue (3-0) e a Tanzânia (5-1). No primeiro entrou na lateral, no lugar do titular Maicon, e no segundo tempo foi aproveitado no meio.
Apesar de reserva, Daniel Alves foi fundamental em momentos importantes da seleção brasileira sob o comando de Dunga: na final da Copa América da Venezuela-2007, ele saiu do banco e fez o terceiro gol da vitória de 3-0 sobre a Argentina; na semifinal da Copa das Confederações, ano passado contra a África do Sul, entrou a cinco minutos do fim do jogo e fez, de falta, o único gol da partida.
Como pode ser aproveitado tanto no meio como na lateral, Daniel é considerado a principal alternativa de Dunga no banco de reservas para tentar mudar a postura da equipe durante uma partida.
Ao ser questionado se teria preferência por posição, o baiano destacou que na equipe do Brasil não é possível pensar desta maneira.
¨Aqui na seleção brasileira a gente não tem que escolher nunca onde gostaria de jogar. Se fosse no Barcelona eu ia lutar e apostar na lateral direita, mas aqui na seleção brasileira estou à disposição para jogar em qualquer posição¨, disse.
¨Sempre estou preparado. Desde que comecei a trabalhar com o Dunga, procurei fazer o meu melhor pelo grupo da seleção e, de repente, por isso tenho a confiança dele¨, completou.
Ele afirmou ainda que o objetivo dos jogadores que saem do banco é tentar fazer algo diferente do que está acontecendo em campo.
Como disputou o Mundial de Clubes do ano passado com o Barcelona já com a bola da Copa, a tão criticada Jabulani, o lateral afirmou que está mais adaptado e que o mesmo deve acontecer com os demais jogadores.
Na opinião dele, a única exceção serão os goleiros, que precisam de mais tempo e devem sofrer com a nova bola.
Na tarde desta quinta-feira, a seleção brasileira deve voltar a campo na Randburg School para um novo treinamento, após a atividade fechada à imprensa da parte da manhã.
A expectativa fica por conta da presença do goleiro Julio Cesar, que segundo a comissão técnica treinou normalmente de manhã, mas que foi poupado do último amistoso e dos coletivos do início da semana, já que ainda se recupera de dores lombares.
O Brasil estreia na Copa no dia 15 de junho contra a Coreia do Norte, em Johannesburgo, e se nenhum problema acontecer a seleção entrará em campo com Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Felipe Melo, Gilberto Silva, Kaká e Elano; Robinho e Luís Fabiano.