A DaimlerChrysler do Brasil deve investir R$ 520 milhões na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, no triênio 2006/2008. Curiosamente, o programa trienal foi divulgado pela matriz do grupo aos representantes dos trabalhadores, em reunião realizada na Alemanha na semana passada. A direção da empresa no País não se pronunciou.

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O montante supera em 10% o valor investido no triênio anterior, segundo o representante brasileiro no Comitê Mundial de Trabalhadores da DaimlerChrysler, Valter Sanches. A empresa, dona da Mercedes-Benz, também deve anunciar até o fim do mês o futuro da fábrica de Juiz de Fora (MG).

A unidade mineira deixou de produzir o modelo Classe A no ano passado e hoje apenas monta o Classe C com peças recebidas da Alemanha e depois reexporta o veículo pronto. "Estamos na expectativa, mas esperamos que seja anunciado um novo produto para a fábrica", afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, Geraldo Werneck.

O presidente mundial da DaimlerChrysler, Dieter Zetsche, anunciou investimentos de 19 bilhões de euros para o grupo no mundo todo. Desse montante, 3,8 bilhões de euros serão gastos na divisão de veículos comerciais. O valor destinado ao Brasil, equivalente a cerca de 200 milhões de euros, é o quarto maior por região no segmento. Perde para o da Alemanha – que ficará com cerca de 1,6 bilhão de euros -, para EUA e Japão.

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O investimento no ABC, onde a Mercedes emprega 11,7 mil trabalhadores, deve incluir um novo projeto para substituir a linha de montagem de motores de grande porte, destinados a caminhões pesados e ônibus articulados. O produto deixará de ser fabricado em dois anos, segundo Sanches. A nova geração de motores que vai atender normas de emissão estabelecidas no programa Euro IV não será feita no País.

Os motores de grande porte representam cerca de 30% da produção do ABC e têm peso significativo nas exportações. No ano passado, metade de tudo o que foi feito na unidade seguiu para outros países, especialmente EUA. "Já começamos a negociar novos produtos para garantir a ocupação da fábrica", diz Sanches. Ele esteve em Stuttgart nos dias 22 e 23 junto com outros 14 integrantes do Comitê Mundial para a reunião executivos da Daimler.

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Em 2005, a montadora produziu 53 mil veículos, o maior volume em 25 anos de Brasil. Do total, 33 mil foram caminhões e 20 mil ônibus. A produção deve ser mantida, embora o mix será diferente pois em ano de eleição a demanda por ônibus costuma ser maior. A Daimler informou ter investido R$ 270 milhões e o faturamento chegou a R$ 9,6 bilhões, 40% com exportação.