Foi um encontro de apenas sete minutos, mas o suficiente para o cardeal d. Paulo Evaristo Arns dar o seu recado e entregar as encomendas. Ele foi recebido pelo papa Bento XVI no primeiro andar do Mosteiro de São Bento, ao lado de um piano, na sala reservada para audiências especiais. D. Paulo levou dois livros de presente para Bento XVI – o seu livro Evangelizar pelo Coração (Edições Loyola) e Les Nuits d’un Prophète (Noites de um Profeta, Les Éditions Du Cerf), cartas de d. Hélder Câmara sobre o Vaticano II.
D. Paulo entregou também a Bento XVI uma carta da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), com denúncias sobre ‘perseguições, invasões de territórios, assassinatos e epidemias’ que levaram os índios quase ‘ao extermínio completo’ no século passado. "Foi um encontro emocionante e d. Paulo ficou feliz", disse d. Pedro Luiz Stringhini, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo que acompanhou a audiência ao lado do arcebispo, d. Odilo Scherer. O cardeal e sua irmã Zilda Arns conversaram com o papa Ratzinger em alemão.
Fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns falou sobre sua obra, resumindo uma história de mais de 20 anos que o papa acompanhou com interesse. D. Odilo, que fala alemão, seguiu a conversa sem intervir. A irmã Devani Maria de Jesus, coordenadora da comunidade franciscana da residência de d. Paulo também foi à audiência.
Bento XVI também recebeu no mosteiro um grupo de representantes da sociedade civil para uma audiência de cerca de dez minutos. Entre eles estavam o empresário Antonio Ermírio de Moraes, o presidente-executivo do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão, e a reitora da PUC, Maura Veras. O papa falou rapidamente com cada um em italiano.