A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou hoje em quase R$ 3 milhões Flávio Maluf, filho do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, por operações irregulares realizadas nos pregões da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) entre maio e junho de 1999. A autarquia comprovou que ele fez parte de um esquema montado para criar uma demanda artificial no mercado financeiro.
O valor corresponde a três vezes o lucro obtido pelo filho do ex-prefeito de São Paulo no período. Durante o julgamento, o relator do processo, o diretor Pedro Marcilio, explicou que o esquema funcionava por meio da Corretora São Paulo. A instituição foi inabilitada de operar em mercados futuros e de derivativos por cinco anos. A corretora intermediava operações que tinham sempre na ponta lucrativa Flávio Maluf e Luiz Felipe Mursa de Sampaio Dora, condenado a pagar uma multa de R$ 6,239 milhões. Já os perdedores eram sistematicamente a Finambrás e o Banco Daycoval.
A CVM encaminhou ao Ministério Público indícios de lavagem de dinheiro, para serem investigados. No final de 2005, Paulo e Flávio Maluf foram presos por 10 dias pela Polícia Federal em São Paulo acusados de crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e formação de quadrilha.