A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve pedir a quebra do sigilo bancário de outros investidores investigados por suspeita de uso de informação privilegiada na venda do grupo Ipiranga ao consórcio formado por Petrobras, Braskem e Ultra.
O presidente da autarquia, Marcelo Trindade, disse hoje à Agência Estado que o principal indício para a obtenção do bloqueio judicial dos recursos movimentados por quatro investidores foi o ritmo acelerado das operações. "A rapidez do movimento foi impressionante: compraram num dia para vender dois dias depois", disse.
Além dos quatro, outros 22 investidores estão sob investigação. A maioria deles ainda não vendeu suas posições. Trindade não descarta a possibilidade de novos bloqueios, na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) ou de contas correntes bancárias, quebra de sigilo e, até mesmo, bloqueio de bens, caso fique comprovado que algum dos investidores sob suspeita usou o lucro obtido para a compra de bens.
De qualquer forma, as decisões serão, segundo ressaltou Trindade tomadas com cautela. "Se não usarmos esses mecanismos com cuidado e moderação, vamos afastar pessoas do mercado indevidamente", comentou. Ele lembrou, ainda, que o Ministério Público, que está atuando em conjunto com a CVM no caso, tem autonomia para pedir a instauração de inquérito criminal dos envolvidos na Polícia Federal mesmo antes da conclusão do processo na autarquia.