O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, defenderá de forma intransigente, no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o fim de aposentadorias diferenciadas para militares e juízes. “Quem usa macacão deve ter os mesmos direitos de quem usa farda ou toga”, sustentou Felício.

Ele foi recebido hoje pelo ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, no Palácio do Planalto. Segundo o presidente da CUT, Dirceu reconhece que a questão de aposentadorias diferenciadas é polêmica e que será preciso uma reforma negociada. “A CUT defende uma Previdência universal, única e com teto de 20 salários mínimos”, disse.

Ele argumentou que essa reforma defendida pela entidade faz parte do programa de governo do PT, mas que é preciso uma fase de transição para que os cidadãos que pagaram mais não percam dinheiro. Felício disse que o ministro reconhece, também, que há um problema jurídico nessa questão. Para a CUT, só os trabalhadores que recebem até 20 salários deveriam receber aposentadoria integral.

A CUT vai propor que a reforma da Previdência será discutida junto com as reformas tributária e trabalhista. Na avaliação de Felício, no entanto, mesmo que o debate dessas reformas não seja casado, “é inviável uma negociação sobre a reforma da Previdência em apenas três meses, como quer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

Ele adiantou que pretende defender o pagamento de contribuição previdenciária por pensionistas e aposentados que recebem altos salários. Esse tema, no entanto, ainda não foi discutido na CUT. Felício sugeriu que o governo deveria criar fundos de pensão para militares e juízes que queiram receber aposentadorias mais altas.

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