CUT é contrária às reformas propostas pelo Ministro da Previdência

O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, manifestou-se contrário à proposta do ministro da Previdência, Luiz Marinho, de discutir as pensões por morte concedidas às viúvas e mudanças nas regras do pagamento de auxílio-doença aos trabalhadores afastados por motivos de saúde. O dirigente disse também não concordar com a política de reposição anual das perdas salariais para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo.

"É preciso manter a situação atual colocada na Previdência Social em relação às pensões das viúvas. Não temos nenhum problema em avaliar distorções existentes nesse tema, mas sem abrir mão de qualquer direito estabelecido hoje na Constituição, inclusive no recebimento das pensões", afirmou em entrevista coletiva à imprensa após o encerramento da reunião semestral da central sindical.

Para Arthur Henrique, a discussão a respeito das pensões das viúvas seria válida se tratassem de valores "extremamente generosos". "Mas esse não é o caso brasileiro", declarou. Em relação ao auxílio-doença, o presidente da CUT defendeu a manutenção do sistema atual em que os recebimentos são calculados de acordo com uma média dos salários dos últimos meses do trabalhador afastado. "Queremos a manutenção do auxílio-doença da forma como está prescrita hoje", disse, sem se referir à polêmica da questão em que alguns trabalhadores acabam recebendo mais quando estão afastados do que quando estão trabalhando.

Arthur Henrique disse ainda que a CUT é favorável a uma política de recuperação do poder aquisitivo dos aposentados, na mesma linha da política de valorização do salário mínimo durante o governo Lula. "Nós conquistamos uma política de valorização do salário mínimo que deveria ser estendida também ao conjunto dos aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Portanto, não podemos concordar apenas e tão somente com a reposição da inflação", disse. "Se o ministro pretende apenas repor a inflação, isso não é recuperar o poder aquisitivo e sim repor perdas. E reposição de perdas salariais, numa economia com inflação controlada, é o mínimo que qualquer categoria organizada está estabelecendo nas negociações", acrescentou.

Ele ressaltou ainda que 97% das categorias conquistaram aumentos reais acima da inflação no ano passado. "Não seria com os aposentados que nós teríamos uma regra que limitasse a possibilidade de recuperar o salário", considerou.

Marinho, que foi o presidente da CUT entre 2003 e 2005 e ministro do Trabalho no primeiro mandato do governo Lula, vem sendo alvo de manifestações devido ao reajuste de apenas 3,03% concedido aos aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Ele admitiu que, durante sua gestão, os aposentados nesta situação terão apenas a reposição das perdas referentes à inflação.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo