A CUT (Central Única dos Trabalhadores) criticou a decisão de hoje do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar a taxa de juros Selic de 25% para 25,5% ao ano. A central sindical, que desde o início apoiou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promete fazer ”oposição” às medidas que prejudicarem o trabalhador.

”Por princípios, sempre fomos e continuaremos sendo contrários ao aumento dos juros. Para nós [CUT], elevação de juros significa desemprego e estagnação econômica”, disse o presidente da CUT, João Felício.

Em relação à elevação dos juros, a CUT e Força Sindical _que mantém divergências históricas_ têm a mesma posição. Segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, a primeira reunião do Copom do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve a política econômica de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

”O FHC deve estar rindo e tomando vinho a essa hora. Lula está dando continuidade à política econômica de FHC, que foi tão criticada por ele durante a campanha eleitoral”, disse Paulinho.

Felício disse que não vê problemas em concordar com Paulinho em “alguma coisa”. “A diferença é que nossa opinião é a mesma, independentemente de quem esteja no governo.”

O presidente da CUT também criticou a decisão do governo de congelar a tabela do Imposto de Renda. A mesma crítica foi feita pela Força Sindical, que por meio do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, vai protocolar uma ação civil pública pedindo uma correção de 4,74% na alíquota da tabela do IR.

Apesar das críticas iniciais, Felício ainda acredita no sucesso do governo de Lula. “Como central, pensamos nos trabalhadores. O governo age de olho em interesses macroeconômicos. Para resolver o macro sem prejudicar os trabalhadores, é emergencial a aprovação das reformas”, disse Felício.

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