O governo precisaria gastar cerca de US$ 2 bilhões para criar até 2011 um complexo autônomo de controle dos serviços aéreos civis, menor que o atual, composto por centros de radar, bases de processamento de dados e centrais de telecomunicações. Como referência para comparação, o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), inaugurado em julho de 2002, custou US$ 1,4 bilhão, exigiu três anos de obras iniciais e entrou em atividade sem que estivesse completo.

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A avaliação empírica é do engenheiro Luiz Telles, que integrou a equipe técnica do grupo francês Thomson, encarregado da expansão da malha de unidades eletrônicas nos anos 80 e 90. Os recursos dos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) existentes foram planejados para atender, além do trânsito de aeronaves de passageiros, às necessidades militares, com prioridade para as de vigilância. A separação física é impossível, segundo o engenheiro. O especialista destaca o fato de o projeto ter sido focado na utilização conjugada desde o início da implantação, há pouco mais de 34 anos.

As dificuldades para uma eventual rede alternativa começam nas grandes dimensões de cada centro. O Cindacta-1, de Brasília, criado em novembro de 1973, é o mais antigo e cobre uma área de 1,5 milhão de quilômetros quadrados (três vezes o território da França), abrangendo o Distrito Federal, Goiás, Minas, São Paulo, Rio, Espírito Santo, sul do Tocantins e sul de Mato Grosso. A cada dia recebe 3 mil planos de vôo de linhas aéreas e realiza o controle por radar de 350 pistas. O processamento em tempo real é feito por oito computadores de grande capacidade. As imagens e cálculos projetados significam, em média, economia da ordem de US$ 22 milhões ao ano para as companhias transportadoras. Além disso, o sistema não é livre de falhas: nos últimos 30 dias esteve fora de operação em três ocasiões.

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