Custo da energia no País é preocupante, diz Tolmasquim

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse nesta quinta-feira (12) que não há risco de faltar energia nos próximos anos no Brasil, mas reconheceu que há, sim, um problema de aumento de custo da energia. Segundo ele, as dificuldades para se conseguir licenças ambientais têm aumentado a necessidade de uso de energia produzida por termelétricas, em audiência pública na Câmara dos Deputados.

"Quanto mais demorarmos a viabilizar os projetos hidrelétricos, mais cara ficará a energia. Não tem milagre", disse Tolmasquim, em debate promovido pela Comissão de Minas e Energia em conjunto com a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Ele afirmou que, em nome do meio ambiente, o Brasil corre o risco de perder uma posição de destaque no mundo, porque 44% de energia provêm de fontes renováveis, e, aumentando a produção térmica, o País corre o risco de virar um grande vilão na emissão de C02.

Aumento

Nos próximos dez anos, para atender o crescimento do consumo de energia no País, será necessário acrescentar ao sistema atual 2.800 MW por ano em energia nova, previu o presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Neiva. "Temos que agregar ao sistema (o equivalente a) três usinas de Itaipu", disse Neiva, aos deputados da Comissão de Minas e Energia e da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Segundo ele, a oferta de energia hidrelétrica e térmica a gás corresponderá a 80% da energia produzida no Brasil até 2017. O presidente da Abrage ressalta, no entanto, que a maior parte desses 80% ainda virá de usinas hidrelétricas e que, por isso, é necessário pensar em soluções para o que chamou de "travamento da expansão".

Neiva disse que uma das alternativas seria a de se buscar soluções para compensar os impactos sócio-ambientais produzidos pelas usinas hidrelétricas. "Porque o crescimento do consumo é inevitável, tendo usina ou não", afirmou, observando que a oferta de energia tem que se antecipar à demanda.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo