Arquivo / O Estado
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Dentre os grupos de produtos pesquisados pelo IBGE, Transportes (8,07%) apresentou a maior variação
de preços ao longo de 2005.

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A Região Metropolitana de Curitiba apresentou em 2005 o menor Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do país. A taxa foi de 4,79%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo IBGE. A média nacional foi de 5,69%. Recife (7,10%) ficou com o maior índice.

Com 0,36% em dezembro, a taxa nacional ficou abaixo do resultado de 2004 (7,6%). Dentre os grupos de produtos pesquisados pelo IBGE, Transportes (8,07%) apresentou a maior variação de preços ao longo de 2005 e Alimentação e Bebidas (1,99%) a menor.

A redução na taxa nacional de um ano para o outro foi proporcionada, basicamente, pelos mesmos fatores que levaram dos 9,30% de 2003 para os 7,60% de 2004: boa oferta de produtos agrícolas, apesar do decréscimo de 5,5% na safra do ano em relação à do ano anterior.

Alimentos importantes no consumo das famílias ficaram mais baratos, a exemplo do arroz, com queda de 21,45%, e responsável pelo principal impacto individual negativo no ano: 0,18 ponto percentual.

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Outro fator foi a significativa influência do câmbio apreciado, mantendo certa estabilidade de preços em alguns produtos como os de higiene pessoal (0,31%) e contribuindo para a redução nos preços de outros, a exemplo dos aparelhos de TV, de Som e de Informática (-8,49%). 

Assim, aliado à boa safra do ano, o câmbio favoreceu a queda de preços de produtos agrícolas vinculados ao mercado internacional. O óleo de soja ficou 17,21% mais barato e a farinha de trigo passou a custar 6,91% a menos.

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Por outro lado, alguns itens exerceram pressões para cima no resultado do ano, alta nas passagens dos ônibus urbanos ? com 10,44%, as tarifas de ônibus urbanos foram responsáveis pelo principal impacto no índice, 0,52 ponto percentual, mesmo com queda em Curitiba (-11,05%) e estabilidade em Porto Alegre e Brasília.

Administrados pela esfera municipal, os ônibus urbanos, de peso significativo no orçamento das famílias, haviam apresentado alta de 4,74% em 2004, moderada em comparação ao resultado de 7,60% do índice daquele ano.

Alta nos preços internacionais do petróleo também ajudou na alta, ocasionando pelo menos um reajuste ao nível das refinarias, 10% em 10 de setembro. Com isto, o preço do litro da gasolina passou a custar mais 7,76% nas bombas. Em 2004, no entanto, com três reajustes no ano, junto com a alta do álcool (31,58%), a gasolina chegou a aumentar 14,64%, o maior impacto daquele ano (0,59 ponto percentual).

Também contribuíram para a elevação, a alta nos salários dos empregados domésticos, que subiram 11,52% em decorrência do salário mínimo (15,38%) e a alta nas tarifas de serviços públicos importantes como energia elétrica (8,03%) e telefone fixo (6,68%). Mesmo assim, a maioria dos serviços públicos ficou abaixo dos resultados observados no ano anterior.

Considerando os quatro últimos anos, observa-se que, na perspectiva dos últimos doze meses, o ano de 2002 apresentou taxas crescentes em razão basicamente do efeito do repasse da alta do dólar e o ano fechou com 12,53%, taxa anual que se constituiu na mais alta desde 1995.

Já o ano de 2003, visto também pela ótica dos doze meses, apresentou taxas relativamente elevadas em continuidade à pressão do dólar sobre os preços ao consumidor e terminou com 9,30%, com os reflexos da desvalorização da moeda nacional amenizados nos meses finais.

O ano de 2004, por sua vez, ficou em 7,60% e mostrou que os efeitos da alta do dólar estavam ficando para trás. Em 2005, o resultado mais baixo foi registrado no mês de junho (-0,02%), indicando que, na média, os preços dos itens de consumo das famílias mantiveram-se praticamente estáveis. Abril, com 0,87%, ficou com o maior índice em razão da concentração de aumentos nos preços dos alimentos e administrados como ônibus urbanos, remédios e energia elétrica.

Dentre os grupos, as despesas com Transportes foram as que mais cresceram: 8,07%. Alimentação e Bebidas foi o grupo de menor resultado: 1,99%. Os alimentos ficaram com 1,99%, bem abaixo do índice do ano.

Alguns produtos destacaram-se com preços mais altos, a exemplo dos in natura: tomate (50,00%), cenoura (38,03%) e batata-inglesa (35,50%). Mas a maioria apresentou aumentos moderados a exemplo do frango (2,12%) e das carnes (0,97%). Ou mesmo em queda como o arroz (-21,45%), que foi o item de maior impacto negativo no índice do ano: -0,18 ponto percentual.

Da variação de 1,99%, o primeiro semestre do ano ficou com 2,33% e o segundo com -0,34%. Em 2004, a variação foi de 3,86%, sendo 2,08% no primeiro e 1,75% no segundo semestre do ano.
Produtos não alimentícios

Os preços dos produtos não alimentícios aumentaram, ao longo de 2005, 6,77%, sendo 3,40% no primeiro semestre e 3,26% no segundo. Em 2004, a alta foi de 8,74%, com 3,90% no primeiro e 4,65% no segundo. O principal impacto individual no índice do ano foi exercido pelas passagens dos ônibus urbanos (10,44% e 0,52 ponto percentual). A seguir, vieram as tarifas de energia elétrica (8,03% e 0,37 ponto) e os salários dos empregados domésticos (11,52% e 0,35 ponto percentual).

A gasolina teve apenas um reajuste no ano e aumento de 7,76%. Menos do que em 2004, quando a alta foi de 14,64%. O álcool combustível ficou com 5,64%, bem menos do que a taxa de 31,58% do ano anterior. Quanto ao gás de cozinha, que havia subido 7,15%, ficou praticamente estável em 2005, com 0,25%.