Curitiba sediou seminário sobre animais urbanos

Aconteceu na última quinta-feira (14/04) o 3º Seminário ‘A População Animal na
Cidade de Curitiba’, organizado pelo Vereador Angelo Batista, com o apoio das
organizações não-governamentais (ONGs) S.O.S. Bicho e Associação Protetora dos
Animais e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, entre outros órgãos. Um dos
temas discutidos durante o seminário foi a esterilização de animais de
rua.

O representante da Sociedade Protetora dos Animais (SPA), Dr.
Derotheo Gonçalves, falou sobre a castração e comentou que o interesse pelo
bem-estar dos animais aumentou. "Pela manhã, havia aqui quatro vereadores, um
secretário municipal da saúde, representantes de quatro ONGs e a assessoria de
um deputado estadual, para falar sobre animais. Uma coisa inédita", disse
Gonçalves.

O palestrante argumentou que os Centros de Controle de
Zoonoses adotam políticas arcaicas e ineficientes para o controle da população
de animais. "A captura, o confinamento e o extermínio, além de não atingirem os
objetivos planejados, não são métodos econômicos, racionais e nem humanitários",
disse.

Segundo dados do Projeto Esperança Animal (PEA), de São Paulo,
uma única cadela pode gerar descendência de 64 mil cachorros em sete anos. No
mesmo período, uma só gata gera descendência de até 420 mil animais. Para o
representante da SPA, a solução seria atuar na raiz do problema. "Enquanto a
população não for orientada, continuará permitindo a reprodução descontrolada de
animais que passarão a viver nas ruas sem alimentação, higiene e cuidados
preventivos, tendo como conseqüência as doenças. Trata-se de um ciclo vicioso em
que os animais são vítimas da irresponsabilidade dos seres humanos. Segundo a
OMS, em seu 8º informe técnico, os programas de eliminação de cães por meio da
captura e sacrifício são ineficazes e caros, devendo-se adotar o controle de
natalidade de animais de rua e, principalmente, a educação da comunidade",
complementou Gonçalves.
  
Em geral, as entidades de proteção e bem-estar
animal defendem a esterilização ao invés do sacrifício de animais. Para a
fundadora do grupo Protetores Voluntários, Débora Ramos Pinto, a esterilização
traz todas as vantagens possíveis aos animais. "Principalmente porque eles
continuam vivos", defende. Ela comenta ainda sobre cidades que conseguiram
controlar suas populações de animais através da esterilização e projetos de
conscientização de comunidades. "Vejo um cenário ideal em Taboão da Serra, São
Paulo, onde a ARCA Brasil conseguiu apoio da Prefeitura e clínicas veterinárias
e todos os animais conseguiram ser esterilizados e o problema controlado. Em São
Vicente (SP) todos os animais de rua são resgatados, vacinados e esterilizados
e, se não forem adotados em três dias, retornam para seu local de origem
caracterizando o Cão Comunitário", conta.

www.ecoterrabrasil.com.br

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