Alguns dos principais nomes da cardiologista intervencionista do Brasil e do exterior desembarcam em Curitiba nesta sexta-feira (dia 1/12) para apresentar e discutir resultados de pesquisas e novidades tecnológicas para a área. Números que comprovam a eficácia dos métodos utilizados mais recentes farão parte das discussões do 6.º Simpósio Internacional de Cardiologia Invasiva para Clínicos (Cardiointerv), promovido pelo Hospital Cardiológico Costantini, em Curitiba. Entre as presenças confirmadas, está Antonio Colombo, um dos principais cardiologistas do mundo, pioneiro na cardiologia intervencionista e na utilização do ultra-som intracoronário. Atualmente, é diretor do Laboratório de Cateterismo Cardíaco do Hospital Columbus e do Hospital San Raffaele ambos em Milão. Além de Colombo, estão confirmados Eberhard Grube (Alemanha), Eulógio Garcia e Antonio Serra (Espanha), além dos brasileiros José Ramirez (ex-diretor do Incor), Pedro Lemos (diretor científico da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista) e Protásio Lemos da Luz (uma das maiores autoridades em aterosclerose do País, também do Incor).
Um dos focos do debate será a comprovação científica dos avanços na angioplastia – procedimento que, com o implante de um stent (malha de aço muito fina), libera a artéria obstruída, permitindo a passagem do fluxo sangüíneo – com o uso de stents farmacológicos, ou recobertos com medicamentos. "A maior parte das pesquisas na área da saúde apresenta os resultados conclusivos em longo prazo, pelo menos cinco anos. Como estamos trabalhando com os stents farmacológicos há seis anos, teremos as comprovações que vão apresentá-los definitivamente como a melhor alternativa para reduzir a mortalidade dos pacientes vítimas de infarto agudo", explica Costantino Ortiz Costantini, diretor científico do Hospital Cardiológico Costantini. Os resultados preliminares já mostraram que a chance de que um paciente tratado com stent convencional possa necessitar de uma nova angioplastia, num prazo de seis meses, é de 25%. Com o stent farmacológico, essa probabilidade cai para menos de 10%, aproximadamente.
No Hospital Cardiológico Costantini, entre maio de 2002 e junho de 2006, uma pesquisa acompanhou um universo de 1.167 pacientes que receberam stents farmacológicos. A necessidade de uma nova angioplastia pela formação de nova obstrução, chamada de reestenose, foi de 8,9%.
Com a comprovação científica dos resultados eficazes da utilização dos stents farmacológicos, a expectativa dos profissionais da cardiologia intervencionista é que haja redução do custo do tratamento, tornando-o mais acessível a todos os pacientes. "Atualmente, o stent farmacológico não é utilizado no sistema público de saúde e os planos autorizam somente em procedimentos programados", afirma Costantini. "Com o resultado das pesquisas, esperamos, em breve, usar somente os farmacológicos e, assim, melhorar ainda mais a qualidade de vida dos pacientes após o procedimento", conclui.