“A gente espera o ano inteiro pela festa, não tem como desanimar”, assim definiu Cristina de Barros, uma das milhares de pessoas que aproveitaram a tradicional Zombie Walk de Curitiba, neste domingo (11). O evento surpreendeu não só pela quantidade de gente, mas pelo ânimo do público, que não se abalou pela chuva forte que atingiu a capital paranaense bem na hora do começo da caminhada dos zumbis e mortos-vivos.
Na concentração, que foi na Praça Osório, a estimativa da organização do evento é de que aproximadamente 30 mil pessoas se aglomeraram. “Com a chuva, o povo foi dispersando e algumas pessoas desistiram, mas ainda assim foi nosso maior público, com certeza”, completou Paulo Biscaia, um dos representantes da festa.

Apesar do típico visual pesado dos zumbis e personagens de filmes de terror, o clima do tradicional carnaval curitibano era, acima de tudo, familiar. “Se você parar para analisar outros tipos de festas, até mesmo tradicionais do carnaval, sempre tem bagunça, bebedeira e confusão. Aqui isso nunca aconteceu, por isso gostamos tanto”, comentou Cristina de Barros.
A mulher, que teve o pequeno Raul há apenas dois meses, disse que marca presença na Zombie Walk há seis anos, mas que chegou a pensar em não participar nesse ano. “Não tínhamos ideia de fantasia que incluísse nosso bebê, mas no fim deu certo e aproveitamos muito, todos juntos”, disse Cristina, estava acompanhada também do marido, Jeferson de Barros.
Família unida

A família de Charles Broering chamava a atenção de todos: caracterizados como figuras do The Walking Dead, inclusive com a personagem Michonne, todos estavam felizes por poder participar de um evento juntos. “Essa é a terceira vez que a gente vem e o que me motiva é a diversão e a alegria das crianças, que adoram. Não gostamos muito de samba e essa festa se tornou uma ótima opção para aproveitar o carnaval”.
A preparação das caracterizações começou um dia antes, no sábado. “A gente se juntou em casa e fizemos tudo: maquiagem, a massa para o rosto, tinta, tudo caseiro. E isso foi o mais legal, porque juntamos a família e todo mundo se ajudou”, contou Manoela da Costa, de 17 anos, filha de Charles.
Unida também estava a família de Sandianara Dijinski, 33, que chamava a atenção com a filha, Valentina, de um ano. Com um ferimento no rosto e agindo como se já estivesse acostumada, sem medo algum, a menina se destacava em meio a multidão. “No ano passado não participei, porque estava no hospital esperando a chegada da Valentina. Agora vim com ela. Esse carnaval virou mais que tradição para os curitibanos”, detalhou a mulher, que estava acompanhada também do marido e do filho e participaram de todas as edições.

Embora quase todos os participantes já sejam fieis escudeiros da Zombie Walk, algumas pessoas vieram pela primeira vez. No caso da adolescente Lais dos Santos Rocha, de 15 anos, a estreia foi inspirada no filme Invocação do Mal. “Eu tive a ideia de me vestir de freira e aí contei com a ajuda de todo mundo. A minha mãe fez a roupa, a amiga dela a maquiagem, e viemos todos para aproveitar o dia juntos”, detalhou a menina, que mora no bairro Tatuquara.
Boas novidades
Neste ano, a tradicional caminhada dos curitibanos fantasiados de zumbis, que acontece desde 2006, teve uma rota ainda maior: o trajeto, que antes finalizava na Praça 19 de Dezembro (Praça do Homem Nu), quebrou as barreiras da Avenida Cândido de Abreu e seguiu até o Centro Cívico. Em frente ao Palácio Avenida foi montada uma praça de alimentação e um palco para que cinco bandas de rock pudessem agitar o carnaval dos roqueiros.
Apesar da chuva, os organizadores da Zombie Walk estavam felizes e emocionados porque as novidades foram ainda mais positivas para o evento. Segundo eles, a edição de 2018 foi um sucesso e surpreendeu. “Na concentração o público era maior, depois diminuiu com a chuva, mas ainda assim consideramos que pelo menos 10 mil pessoas assistiram aos shows. Ainda estou anestesiado, a ficha não caiu. Conseguimos, mais uma vez, reforçar a ideia de que é um evento muito familiar e que une as pessoas”, finalizou Paulo Biscaia.
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