“A gente espera o ano inteiro pela festa, não tem como desanimar”, assim definiu Cristina de Barros, uma das milhares de pessoas que aproveitaram a tradicional Zombie Walk de Curitiba, neste domingo (11). O evento surpreendeu não só pela quantidade de gente, mas pelo ânimo do público, que não se abalou pela chuva forte que atingiu a capital paranaense bem na hora do começo da caminhada dos zumbis e mortos-vivos.
Na concentração, que foi na Praça Osório, a estimativa da organização do evento é de que aproximadamente 30 mil pessoas se aglomeraram. “Com a chuva, o povo foi dispersando e algumas pessoas desistiram, mas ainda assim foi nosso maior público, com certeza”, completou Paulo Biscaia, um dos representantes da festa.
![Cristina, o marido e o pequeno Raul, de dois meses. Foto: Gerson Klaina.](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/sites/1/2018/02/zumbi02-1110x740.jpg)
Apesar do típico visual pesado dos zumbis e personagens de filmes de terror, o clima do tradicional carnaval curitibano era, acima de tudo, familiar. “Se você parar para analisar outros tipos de festas, até mesmo tradicionais do carnaval, sempre tem bagunça, bebedeira e confusão. Aqui isso nunca aconteceu, por isso gostamos tanto”, comentou Cristina de Barros.
A mulher, que teve o pequeno Raul há apenas dois meses, disse que marca presença na Zombie Walk há seis anos, mas que chegou a pensar em não participar nesse ano. “Não tínhamos ideia de fantasia que incluísse nosso bebê, mas no fim deu certo e aproveitamos muito, todos juntos”, disse Cristina, estava acompanhada também do marido, Jeferson de Barros.
Família unida
![Família se uniu para participar da festa no Centro. Foto: Gerson Klaina.](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/sites/1/2018/02/zumbi08-1110x685.jpg)
A família de Charles Broering chamava a atenção de todos: caracterizados como figuras do The Walking Dead, inclusive com a personagem Michonne, todos estavam felizes por poder participar de um evento juntos. “Essa é a terceira vez que a gente vem e o que me motiva é a diversão e a alegria das crianças, que adoram. Não gostamos muito de samba e essa festa se tornou uma ótima opção para aproveitar o carnaval”.
A preparação das caracterizações começou um dia antes, no sábado. “A gente se juntou em casa e fizemos tudo: maquiagem, a massa para o rosto, tinta, tudo caseiro. E isso foi o mais legal, porque juntamos a família e todo mundo se ajudou”, contou Manoela da Costa, de 17 anos, filha de Charles.
Unida também estava a família de Sandianara Dijinski, 33, que chamava a atenção com a filha, Valentina, de um ano. Com um ferimento no rosto e agindo como se já estivesse acostumada, sem medo algum, a menina se destacava em meio a multidão. “No ano passado não participei, porque estava no hospital esperando a chegada da Valentina. Agora vim com ela. Esse carnaval virou mais que tradição para os curitibanos”, detalhou a mulher, que estava acompanhada também do marido e do filho e participaram de todas as edições.
![Foi a primeira vez de Lais na Zombie Walk. Foto: Gerson Klaina.](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/sites/1/2018/02/zumbi05-1110x685.jpg)
Embora quase todos os participantes já sejam fieis escudeiros da Zombie Walk, algumas pessoas vieram pela primeira vez. No caso da adolescente Lais dos Santos Rocha, de 15 anos, a estreia foi inspirada no filme Invocação do Mal. “Eu tive a ideia de me vestir de freira e aí contei com a ajuda de todo mundo. A minha mãe fez a roupa, a amiga dela a maquiagem, e viemos todos para aproveitar o dia juntos”, detalhou a menina, que mora no bairro Tatuquara.
Boas novidades
Neste ano, a tradicional caminhada dos curitibanos fantasiados de zumbis, que acontece desde 2006, teve uma rota ainda maior: o trajeto, que antes finalizava na Praça 19 de Dezembro (Praça do Homem Nu), quebrou as barreiras da Avenida Cândido de Abreu e seguiu até o Centro Cívico. Em frente ao Palácio Avenida foi montada uma praça de alimentação e um palco para que cinco bandas de rock pudessem agitar o carnaval dos roqueiros.
Apesar da chuva, os organizadores da Zombie Walk estavam felizes e emocionados porque as novidades foram ainda mais positivas para o evento. Segundo eles, a edição de 2018 foi um sucesso e surpreendeu. “Na concentração o público era maior, depois diminuiu com a chuva, mas ainda assim consideramos que pelo menos 10 mil pessoas assistiram aos shows. Ainda estou anestesiado, a ficha não caiu. Conseguimos, mais uma vez, reforçar a ideia de que é um evento muito familiar e que une as pessoas”, finalizou Paulo Biscaia.
![Para os organizadores, evento foi um sucesso. Foto: Gerson Klaina.](https://www.tribunapr.com.br/wp-content/uploads/sites/1/2018/02/multidão-zombie-walk-2018-1110x740.jpg)