Hábito fedido

Xixi vira arma para bandidos no Centro

Bandidos usam técnica no mínimo anti-higiênica para arrombar as bancas de revistas e lojas da Praça Rui Barbosa. Urinam nas fechaduras para provocar corrosão e facilitar a abertura dos cadeados. Os comerciantes estão cansados dos prejuízos provocados por arrombamentos durante a noite e a madrugada e de ter que limpar a sujeira na manhã seguinte. Em apenas uma semana cinco bancas foram atacadas pelos criminosos. As vítimas reclamam da falta de policiamento na região.

Os arrombamentos acontecem mesmo com as câmeras de segurança, segundo conta Osni José Pavani, 52 anos, proprietário de uma banca de revistas há 32 anos. Em um dos crimes, o prejuízo chegou a R$ 1,5 mil. “Eles costumam pegar coisas que conseguem vender mais fácil. Mesmo se não conseguem levar nada dão prejuízo, porque quebram os vidros e estouram a porta”.

Osni conta que os criminosos costumam urinar nas fechaduras para corroê-las e ficar mais fácil de arrombar. Apesar de não ter sofrido assalto à mão armada, por volta das 20h, o dono da banca fecha as portas, para garantir maior segurança. Osni considera que a estrutura das bancas facilita a ação dos bandidos. A instalação de portas de aço foi solicitada pelo sindicato da categoria ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e aguarda aprovação.

Insegurança

Suellen Lima
Bandidos urinam nos cadeados pra enfraquecer o aço.

Uma proprietária, que preferiu não se identificar, revela que sua banca foi arrombada três vezes neste ano, o que causou prejuízo de quase R$ 5 mil. “Falta policiamento de dia e de noite”’, diz. Ela guarda a ferramenta usada pelos bandidos em uma das ações: uma grade tirada, provavelmente, de uma praça. A mulher explica diz que existem pessoas que urinam e defecam por ali. A ação de bandidos é rotina. “Toda hora a gente vê gente correndo, pessoas de loja que foram assaltadas”, afirma.

Outra banca da Rui Barbosa foi arrombada duas vezes em apenas seis meses, de acordo com funcionário que também não quis ter o nome divulgado. “Estouraram a fechadura e abriram a vitrine. O prejuízo na primeira vez não foi tão grande, mas na segunda foi de R$ 2 mi”. Os crimes são frequentes na região, segundo ele. “A gente trabalha sempre com medo”.

Os demais comerciantes também reclamam da falta de segurança na região. Dono de uma loja de umbanda, Pedro Celso Vieira relata que várias vezes os bandidos estouraram os vidros para pegar produtos da vitrine. “‘Eles costumam pegar coisas que conseguem repassar fácil. Depois que blindamos o vidro, dificultou a ação”. Pedro também opta por fechar a loja cedo. “Não compensa se arriscar”.

Reforço

Suellen Lima
Pedro foi obrigado a blindar os vidros das vitrines.

A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que o patrulhamento está sendo reforçado durante a Operação Natal para evitar furtos e assaltos, que costumam aumentar nesta época.

Policiais foram tirados de suas escalas de folga e do serviço administrativo para atender essas situações, durante o dia e à noite.

O diretor da Guarda Municipal, inspetor Cláudio Frederico de Carvalho, afirmou que o patrulhamento na região da Praça Rui Barbosa está sendo reforçado e ressaltou que foi instalado um sistema de videomonitoramento, formado por 24 câmeras, para aumentar a segurança.

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