Caso de polícia

Vítimas de ‘olhares indiscretos’ de seguranças registram B.O. em Guaratuba

Câmeras de Monitoramento de Guaratuba / Foto: Ivonaldo Alexandre

Duas vítimas filmadas por funcionários públicos da prefeitura de Guaratuba, no Litoral do Paraná, que usaram câmeras de segurança para fazer imagens de mulheres de biquínis nas praias do município, registraram Boletim de Ocorrência (BO) para denunciar a exposição ilegal. Uma delas, de apenas 17 anos, já foi identificada por vários moradores da cidade porque as imagens, que continuam sendo compartilhadas na internet, não censuraram sequer o rosto da adolescente.

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Com isso, a Polícia Civil passou a acompanhar o caso em investigação paralela à já instaurada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) e pela prefeitura de Guaratuba. De acordo com informações da assessoria da Polícia Civil, a Delegacia de Guaratuba está levantando informações para decidir se abre ou não um inquérito sobre o caso.

Nesta quarta-feira (30), a 2.ª Promotoria de Justiça de Guaratuba abriu investigação para apurar a conduta dos servidores públicos, que foram afastados pela prefeitura só três dias depois de o caso vir à tona.

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Danilo Machado de Souza, advogado que representa a adolescente captada pelas imagens, contou que a jovem descobriu que estava entre as vítimas enquanto assistia a uma reportagem sobre o caso na televisão. A família procurou orientação, registrou Boletim de Ocorrência, mas, mesmo assim, a garota tem passado os últimos dias trancada em casa.

Reprodução / G1 PR
Reprodução / G1 PR

“Em algumas imagens que estão circulando, em tevê aberta mesmo, o rosto da menina não está borrado e dá pare ver perfeitamente o rosto dela. Então muita gente da cidade aqui já a identificou. A imprensa local começou procurando ela e o caso se espalhou. Hoje soube que nem para a escola ela foi”, relatou o advogado. Segundo ele, a situação ganhou contornos políticos, o que também acabou pressionando a adolescente. “Pessoas da oposição estão tentando a todo o custo fazer com que ela entre com ação contra a prefeitura. Mas, agora, não é nisso que a gente pensa. Elas estão muito assustadas”, acrescentou.

De acordo com o advogado, a família o procurou para que, em um primeiro momento, ele consiga barrar a exposição da menina entre as imagens que vêm sendo divulgadas deste o começo da semana. Em entrevista coletiva na terça-feira (27), a Procuradoria-Geral de Guaratuba chegou a dizer que a maior parte das vítimas filmadas pelos servidores eram menores de idade.

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Apesar disso, o advogado não descarta entrar com processo contra os envolvidos no caso quando as investigações estiverem mais avançadas. “A partir do momento que houver responsabilizados pelos processos investigatórios podemos pensar em pleitear alguma indenização, mas vamos pensar nisso depois”, afirmou.

A segunda vítima que registrou Boletim de Ocorrência procurou a delegacia na tarde desta sexta-feira (30). Ela teria sido filmada durante a madrugada.

Relembre o caso

Quatro servidores municipais de Guaratuba, no Litoral do Paraná, estão sendo investigados pela prefeitura e pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por usarem câmeras do sistema de segurança da praia para filmar mulheres de biquíni. Um dos conjuntos de imagens foi feito no dia 16 de novembro, na praia de Caieiras, durante o feriado prolongado da República, mas sabe-se que as mulheres continuaram sendo alvo dos funcionários até semana passada.

Nesta quarta, a prefeitura de Guaratuba afastou os servidores. Além disso, novas imagens também foram divulgadas, mostrando que o grupo chegou até mesmo a invadir a privacidade de uma hóspede de um hotel a beira-mar.

 

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