Desde que seu irmão foi assassinado, há 11 anos, o repositor de estoque Fábio Luiz Ferreira, 28, morador na Cidade Industrial de Curitiba, estava marcado para morrer. Há quatro anos ele sofreu um atentado, mas sobreviveu.
A sorte, porém, não lhe sorriu na noite de sexta-feira. Quando voltava da visita à família, foi executado a tiros num ponto de ônibus da Rua Rutildo Polido, Jardim Acrópole, no Cajuru, às 22h50. O assassino usou uma pistola ponto 40 e o atingiu no rosto, no ombro e na nuca.
Quando os policiais militares do 20.º Batalhão chegaram, encontraram Fábio caído no ponto, com a carteira aberta e seus documentos espalhados no chão. Acredita-se que o autor o roubou.
A família contou que o repositor carregava mais dinheiro na carteira, mas ele só foi encontrado com alguns trocados nas mãos. A irmã da vítima ainda disse que viu Fábio três horas antes do crime, com uma bicicleta. Não se sabe se os marginais levaram a bicicleta, ou se Fábio já havia a devolvido ao dono, provavelmente algum amigo do bairro.
Vingança
A mãe do rapaz, Castorina Maria Rodrigues da Rosa, contou que teve outro filho -Jeferson Luiz Ferreira – morto há 11 anos, ao discutir com o assassino numa lanchonete. Passado algum tempo, o homem que matou Jeferson também foi morto.
Os amigos dele pensaram que o crime tinha sido encomendado por Fábio, em vingança à morte do irmão. Desde então, Fábio passou a receber ameaças que o obrigaram a se mudar do Cajuru para a Cic.
Jeferson sempre visitava a família, apesar dos pedidos da mãe, para que não se expusesse. Anos antes ele há tinha sido espancado por quatro homens que lhe provocaram graves ferimentos, obrigando-o a ficar internado em hospital por muito tempo.
Estatística
O soldado Eric, do 20.º Batalhão da Polícia Militar, lamentou a quantidade de homicídios que vêm ocorrendo no Cajuru. “Essa região é difícil. Nós patrulhamos por tudo, fazemos dezenas de abordagens e não encontramos muitas armas e drogas. De repente, aparece um morto aqui, outro lá.” Com o assassinato de Fábio, são pelo menos 20 os assassinatos no bairro este ano, numa média de um crime a cada 8 dias.