A Vigilância Sanitária do município intimou 113 estabelecimentos em Curitiba a retirar de comercialização produtos das empresas Transmeat (SIF 4644), Frigorífico Souza Ramos (SIF 4040) e Peccin Agro Industrial (SIF 2155 e SIF 825). Os estabelecimentos comerciais precisam também dar uma destinação adequada aos alimentos. A orientação é devolvê-los às empresas produtoras.
A ação da Vigilância Sanitária de Curitiba segue a determinação prevista pela resolução 835 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, publicada no último dia 28. Os estabelecimentos foram visitados nos dias 29 e 30 de março. Foram encontrados 2.600 quilos dos produtos destas empresas.
Esta ação da Vigilância Municipal se soma a outras de rotina de fiscalização. No último ano, foram registradas infrações em quase 1000 estabelecimentos diferentes.
Entre os problemas mais recorrentes estão os relacionados à conservação de alimentos, temperatura inadequada, rotulagem, falta de higiene. Em 71 dos estabelecimentos fiscalizados, foi necessário a inutilização de alimentos.
Resultados
Além das ações de rotina e das intimações realizadas após a determinação da Anvisa, nesta sexta-feira (31/03) o Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen-PR) divulgou o resultado das análises dos produtos coletados pela Vigilância Municipal de Curitiba na última semana. De acordo com o Lacen, os resultados foram satisfatórios para os dez alimentos analisados.
Foram coletadas amostras de carnes resfriadas (Friboi/JBS), carne bovina salgada curada (Novilho Nobre), linguiça tipo calabresa (Sadia/BRF), linguiça mista (BRF), mortadela de frango (Seara/JBS), presunto (Sadia/BRF), salame (Perdigão/BRF) e salsicha (Italli/Peccin e Seara/JBS), todas de empresas investigadas pela Operação Carne Fraca da Polícia Federal (PF). O alvo da ação não foram os estabelecimentos, mas os produtos das marcas citadas pela operação da Polícia Federal.
“As análises mostraram que os produtos estão de acordo com padrão microbiológico e físico-químico para consumo”, afirma o secretário municipal da Saúde, João Carlos Baracho.
De acordo com o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, após a deflagração da operação Carne Fraca, houve uma orientação às vigilâncias municipais para que reforçassem as fiscalizações em suas regiões. “Preocupados com a população paranaense, organizamos análises pelo nosso laboratório para verificar se os alimentos que circulam em nosso Estado podem trazer algum risco para a saúde dos consumidores”, comentou Caputo Neto.
Foram analisados os aspectos físico-químicos dos alimentos, levando em consideração a legislação para cada tipo de produto. A análise envolveu a pesquisa de nitrito e sulfito (utilizados como conservante), e determinação de PH (pode indicar contaminação pela toxina botulínica). As amostras também passaram pela avaliação microbiológica (clostrídios, estafilococos, coliformes fecais e salmonela).