Pandemia

“Vidas não voltam”, diz secretária ao falar sobre covid-19 ao pedir mais uma vez ajuda da população de Curitiba

Foto: Reprodução/Facebook

A secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, durante a transmissão do boletim epidemiológico da covid-19 desta quarta-feira (17), tranquilizou a população dizendo que ninguém em Curitiba morreu por falta de leitos. Ela falou, inclusive, que a cidade tem planos de ampliação, mas reforçou que não importará a quantidade de leitos se a contaminação não diminuir.

Nesta quarta, a taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para covid-19 é de 84% em Curitiba. Márcia também reforçou a gravidade da doença e o pedido para que a população fique em casa.

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“Nós temos leitos de UTI, não faltou leito para as pessoas que morreram, elas tiveram assistência. Curitiba diferente de outras cidades, tem um sistema de saúde que se organiza há décadas, nós temos bons hospitais e uma medicina de altíssima qualidade. E mesmo assim, com acesso a leitos de UTI, com qualidade na assistência, nós tivemos óbitos. A doença é grave, ela atinge a todos indiscriminadamente e nós não sabemos quem serão os casos leves, moderados ou graves”, afirmou a secretária. Dos pacientes confirmados com covid-19, que necessitaram de internamento em Curitiba, cerca de 15% faleceram.

Quantidade de leitos

Segundo dados informados pela secretária, Curitiba tem hoje 1.030 leitos de UTI disponíveis em seu sistema de saúde, sendo 656 leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) e 374 leitos na rede privada. “Na proporção de Curitiba, nós temos cerca de 52% a 53% da população utilizando o SUS e 48% utilizando a rede privada. É uma composição hoje, na assistência à saúde, nós temos uma rede de cooperação, SUS e rede privada”, disse.

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Nos planos da Secretaria Municipal de Saúde está a ampliação da oferta de leitos de UTI de Curitiba, nos próximos trinta dias. “Nós vamos ativar agora, até 15 de julho mais 58 leitos. Nós vamos fechar 1088 leitos nesse pacote, esse 58 leitos são SUS, dentro dos hospitais”, informou a secretária, que ainda explicou que estes leitos também são ocupados por pessoas que infartam, que têm AVC, que se acidentam, que são vítimas de agressões, entre outras situações.

“Nesse momento, a gente tem apelado insistentemente, que a cidade baixe um pouco a sua movimentação. Porque nós percebemos do dia 28 de maio para cá, houve um aumento nos acidentes, na violência interpessoal, pessoas que vão precisar, muitas vezes, ficar muito tempo também numa UTI”.

Exclusivos para covid-19 estão ativos atualmente 284 leitos em hospitais de Curitiba, que também podem ser ampliados.”Vamos ampliar até 30 de junho, com mais 146, vamos chegar a 430 leitos e podemos ampliar também os leitos clínicos”, informou Márcia. 

Hospital de campanha

Durante a live, Márcia também afirmou que o plano de contingenciamento da covid-19 em Curitiba inclui os leitos do Hospital Vitória, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) e a possibilidade ativar mais uma unidade hospitalar na cidade, antes da instalação de um hospital de campanha.

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“Temos um projeto pronto do hospital de campanha, mas é a última alternativa que nós temos. Nós temos capacidade para crescer ainda, ativamos o Hospital Vitória e temos mais um hospital que podemos ativar, pronto, com equipamentos. Antes do hospital de campanha, nós vamos utilizar aquilo que nós temos que é ‘ouro em Curitiba’, é uma estrutura hospitalar que tem todas as condições sanitárias e de proteção, tanto da equipe, quanto do paciente”, esclareceu Márcia.

“Não é brincadeira”

Para conter a transmissão do novo coronavírus em Curitiba, o pedido para que as pessoas fiquem em casa e só saiam quando necessário, foi reforçado. “A gente faz um alerta de novo, da gravidade do momento e pede ajuda de todos vocês. Nós temos estamos vivendo uma coisa inédita, uma pandemia, uma doença que virou o mundo de ponta-cabeça, uma doença que transformou a economia, que arrombou famílias inteiras, nós temos histórias da região metropolitana de morrer duas, três pessoas de uma família só. Mortes que muitas vezes, poderiam ter sido evitadas. Não é brincadeira”, disse a agente de saúde.


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