Uma reforma feita na pista auxiliar do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, an Região Metropolitana de Curitiba, deve melhorar a operação e ainda diminuir o tempo de viagem nos trajetos rumo ao Sudeste, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro. Ao custo de R$ 17,9 milhões, a estrutura do pavimento foi reforçada e feito o recapeamento dos 1.798 metros com uma tecnologia chamada de 3D, inédita em aeroportos no Brasil.
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Especialmente após a reforma, a pista auxiliar, cuja reinauguração ainda não tem data confirmada, passa a ter vantagens, já que sua posição é estratégica. Enquanto os voos que decolam da pista principal, rumo a São Paulo, precisam fazer uma manobra à esquerda para pegar a direção correta – gastando tempo e combustível –, os aviões que usarem a pista auxiliar vão economizar querosene e cerca de quatro minutos de voo.
A pista principal deve continuar sendo preferida para pousos, mas muitas decolagens devem partir da auxiliar.
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A pista auxiliar foi construída na década de 40 e sofreu desgaste natural. A obra foi autorizada em março de 2018 e, com isso, somente a pista principal do aeroporto acabou sendo utilizada durante um ano.
Além de deixar o Afonso Pena sem uma alternativa em caso de problemas na pista principal, a reforma complicou a operação, que não tinha a auxiliar para ajudar no taxiamento e como opção de pousos e decolagens – aumentando assim o tempo das aeronaves em solo.
A pista principal é maior (para aeronaves grandes ou mais pesadas), conta com equipamentos melhores para operação em condições meteorológicas desfavoráveis (ILS2) e está localizada em uma posição que, na maior parte do tempo, é mais adequada em relação ao vento. Sendo assim, a principal é preferida na maior parte das vezes.
Pousos e decolagens
Ilustração simplificada, uma vez que a carta aeronáutica estabelece outras manobras em perfis diferentes.
Com a reforma, o pavimento da auxiliar também será um atrativo. O asfalto foi aplicado de forma que o tornou mais regular, sem trepidação. Segundo George Kotzias, coordenador de obras e infraestrutura da Dalba Engenharia, empresa responsável pelo recapeamento asfáltico, uma máquina e um software norte-americanos permitiram utilizar uma técnica que aplica a matéria-prima conforme a demanda. O sistema fazia a avaliação do pavimento, com três leituras por segundo, e distribuía o asfalto de acordo a necessidade exata do local.
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Mais agilidade
Com a pista auxiliar voltando à operação, o tempo em solo das aeronaves também deve diminuir. De acordo com especialistas consultados pela Gazeta do Povo, o tempo mínimo de distância entre as aeronaves é de dois minutos (ou cinco milhas náuticas). Assim, quando só dispõe da pista principal, o Afonso Pena obriga que os controladores de voo busquem incluir as decolagens entre os pousos, mas isso toma um tempo de manobra que provoca demoras.
Quando a pista auxiliar estiver disponível, as aeronaves podem ficar posicionadas esperando a decolagem logo depois dos pousos na principal. Assim, é possível calcular cerca de dois minutos de ganhos de operação. É importante destacar que fatores como temperatura e umidade também influenciam na avaliação.
Alguns grandes aeroportos do país ainda não contam com segunda pista. É o caso de Congonhas (SP), que tem uma auxiliar apenas para aviões pequenos. Além disso, a pista auxiliar é uma alternativa em caso de reparos na principal ou mesmo de acidentes, como foi o estouro do trem de pouso de uma aeronave em Campinas (SP) que paralisou Viracopos por dois dias em 2012.
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Terceira pista
A reforma na pista auxiliar não substitui o debate em torno da construção de uma terceira pista no Afonso Pena, apontada por alguns setores como essencial para aumentar a capacidade do aeroporto. Com uma extensão maior, cargueiros maiores e mais carregados, além de mais voos internacionais diretos poderiam ser atraídos.
Ainda não há data confirmada para a reinauguração da pista auxiliar, que depende de atualização das informações da pista na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Em nota, a assessoria de imprensa informou que, “por não se tratar de uma infraestrutura nova e pelo fato do operador aeroportuário ser detentor de um Certificado Operacional de Aeroporto, a pista em questão não requer um ato de reabertura ao tráfego por parte da ANAC. Contudo, devem ser atualizados os dados da nova pista nas informações aeronáuticas oficiais após o término da adequação das sinalizações”.
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