O projeto do novo Viaduto do Tarumã, cujo edital foi publicado pela Prefeitura de Curitiba na semana passada, sofreu uma sutil, mas importante mudança. A solução originalmente prevista para desafogar o trânsito na Linha Verde na altura da Avenida Victor Ferreira do Amaral contava com trincheiras para o tráfego de veículos. As estruturas, porém, foram retiradas do projeto atual.
“Viaduto triplo” era tido como necessário para a operação de ponta a ponta da Linha Verde
A reforma do viaduto foi anunciada pelo próprio prefeito Rafael Greca (PSD) em uma postagem nas redes sociais feita em maio de 2018. Entre os destaques do projeto, que prometia desde então a revitalização do trecho norte da Linha Verde, estavam as trincheiras, que desviariam o tráfego da avenida pelo último piso do até então “viaduto triplo” do Tarumã. Veja aqui como era o projeto.
O termo chegou a ser utilizado pela Prefeitura de Curitiba na divulgação da sessão de abertura das propostas marcada para julho de 2019. À época, a presença das trincheiras era tida como necessária para “permitir a operação completa da Linha Verde de ponta a ponta”. Agora, as estruturas foram retiradas do projeto do novo Viaduto do Tarumã.
Obra mais rápida e mais barata
A Gazeta do Povo procurou o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) questionando sobre os impactos da mudança entre os projetos. O órgão justificou, em nota, a supressão das trincheiras explicando que o objetivo das obras é “incentivar cada vez mais o uso do transporte coletivo em relação ao individual”.
Na nota, o IPPUC confirmou que o novo Viaduto do Tarumã contará com duas novas estações que vão permitir a integração com linhas que circulam na Linha Verde e na Victor Ferreira do Amaral, entre Pinhais, Piraquara e Curitiba. “A área sob o viaduto será usada para os ônibus e passageiros, e o acesso de veículos individuais será feito pelas alças do viaduto, que estão previstas no projeto em edital. Isso vai reduzir o trânsito confuso que hoje existe sob o viaduto”, afirma a nota.
Por fim, o IPPUC garante que a retirada das trincheiras não trará impactos negativos ao projeto. Ao contrário, garante o instituto, não haverá impacto na funcionalidade da obra, que ainda contará com uma vantagem financeira. Segundo a nota, a trincheira correspondia a 25% do valor total da obra. “Agora, além de menor custo, a intervenção poderá ser concluída em menor tempo, reduzindo também o período de transtorno para os moradores e comerciantes que usam o trecho e que toda obra provoca”, finaliza a nota.
Custos do projeto dobraram nos últimos anos
Mas os valores tiveram um salto significativo nos últimos anos. O custo original, segundo a Prefeitura Municipal de Curitiba, era de R$ 31,9 milhões em 2018. As cifras passaram para R$ 47 milhões em 2019. Agora, de acordo com o novo edital, o valor total de execução passou para R$ 97 milhões – desde total, R$ 70,4 milhões correspondem aos custos do viaduto em si, R$ 21,7 milhões serão para a construção das alças de acesso e o restante diz respeito a outros custos acessórios da obra.