A construção de um viaduto no cruzamento da Avenida Francisco H. dos Santos com a Avenida das Torres, no Jardim das Américas, causa polêmica. A obra faz parte da requalificação do corredor Aeroporto-Rodoferroviária e é uma das mais caras do PAC da Copa em Curitiba.
A prefeitura optou pela construção de um viaduto estaiado sobre a Avenida das Torres, orçado em mais de R$ 85 milhões. O modelo utiliza cabos de aço ligados a um mastro para sustentar as pistas, o que diminui o número de pilastras e estruturas de sustentação em relação a uma trincheira comum.
Em seu blog (http://blogdonavarro2010. blogspot.com.br), o engenheiro civil Edson Navarro Tasso questiona a necessidade da obra e aponta indícios de superfaturamento na obra. “Na mesma Avenida das Torres, no cruzamento com a Rua Guabirotuba, será feita uma trincheira ao custo de R$ 2 milhões. Por que não optar pela solução mais simples? Qualquer projeto básico apontaria soluções mais viáveis, mas não verificaram”, alega.
Navarro é auditor de obras do Tribunal de Contas da União (TCU) em Curitiba. Porém, suas denúncias não refletem uma posição oficial do tribunal. “Não há processo no TCU quanto a isso. É um posicionamento pessoal dele. Vamos fazer um levantamento interno para verificar a pertinência e se vale a apuração”, diz o secretário do TCU no Paraná, Luiz Gustavo Andrioli.
A prefeitura rechaça as acusações de superfaturamento e defende a necessidade do viaduto estaiado. “A visão dele é de uma pessoa qualquer, não de um planejador. Ao contrário do que ele coloca, foi feito projeto básico. Nossa intenção é manter a Avenida das Torres livre e preservar o canteiro central, para que possa ser utilizado em projetos futuros. Uma trincheira comum nos obrigaria a interromper o tráfego durante a construção e exigiria a construção de pilastras no canteiro central. Com o viaduto estaiado, teremos um vão livre de 129 metros”, explica o coordenador da unidade de gerenciamento do Ippuc, Edson Seidel.