Um assunto que geralmente as pessoas não gostam de falar é a morte, mas na Câmara Municipal de Curitiba o tema deve ser discutido amplamente com a tramitação do projeto de lei (005.00049.2017), de autoria da vereadora Maria Leticia Fagundes (PV), que cria o Crematório Público Municipal.
A ideia da vereadora surgiu pelo esgotamento da capacidade de espaço físico dos cemitérios, que segundo ela, tornou recorrente o enterro de pessoas em valas comuns, as quais acarretam a infiltração do solo, dos mananciais e trazem problemas para o meio ambiente em geral. “Vamos pensar com mais carinho nas pessoas que falecem e com mais respeito pelas nossas famílias, por mais segurança, por mais saúde”, salienta a autora do projeto.
Na proposta, a vereadora especifica que a utilização dos serviços do crematório “fica condicionada à autorização por escrito, através de declaração expressa por instrumento público ou particular do próprio falecido ou pelo responsável legal do mesmo, cônjuge ou companheiro(a), ou ainda por parentes de 1º ou, na falta destes, por parentes de 2º grau” e que “para falecidos sem identificação, ou sem que se apresente o responsável legal, não será permitida a cremação”.
Maria Leticia reforça também a economia nos cofres públicos com a criação do Crematório, que “compensará os investimentos no crematório próprio e certamente trará benefícios para o meio ambiente”. A iniciativa da vereadora se relaciona ainda com o Programa do Partido Verde, do qual ocupa a liderança na Casa Legislativa. O item que aborda a Ecologia Urbana, como o desafio das cidades descreve a crescente crise urbana que “só poderá ser enfrentada com sucesso dentro de uma concepção que se proponha a sabiamente a integrar a cidade ao seu ambiente natural, e não divorciá-la”.