Revolta não se faz com discriminação e violência. A vereadora Carol Dartora (PT) relatou em sessão realizada na quarta-feira (09) na Câmara Municipal de Curitiba, que recebeu ameaças e injúrias raciais desde o último fim de semana. No sábado (05), ela participou do ato contra o racismo em frente à Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, no Centro de Curitiba, que terminou com a invasão de manifestantes e participação do vereador Renato Freitas. Carol não entrou no templo.

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 “Tenho sofrido várias acusações e calúnias, uma perseguição gigantesca, uma tentativa de atrelar o meu nome a algo que eu não estava fazendo, devido também ao racismo, por ser uma mulher negra e por ter estado também naquele local, me colocando enquanto uma pessoa que sempre lutou contra o racismo”, disse a parlamentar, que é a primeira vereadora negra da história de Curitiba. Em 2021, no início do mandato, ela também foi ameaçada nas redes sociais.

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Na explanação aos colegas de bancada, Carol exibiu cópias das ameaças. “Você não dura dois meses”, “macaca fedorenta”, “preta safada sem vergonha” e “merecia ir para a cadeia”. Após expor as mensagens, a vereadora questionou o tamanho do problema que a sociedade precisa enfrentar para eliminar os racistas.

“O que de errado eu fiz para que alguém se sinta no direito de dizer que eu deveria ir para a cadeia? ” Eu ter a pele preta me faz ser um alvo de violência, não importa o que eu faça, se é legítimo ou não. E é isso que é a violência racista, que a gente tem que discutir e falar a respeito “, desabafou a vereadora.

A assessoria de Carol arquivou as mensagens e uma denúncia vai ser encaminhada ao Ministério Público do Paraná (MPPR).

“Não entrei na Igreja”

Em entrevista para a RPC, a vereadora afirmou que não entrou na Igreja, pois acredita que manifestação precisa ser realizada na rua. “Eu compreendo que a denúncia se faz na rua”, completou Dartora.

Vereador pede desculpas

O vereador Renato Freitas pediu desculpas para quem se sentiu ofendido ao entrar na Igreja. “Algumas pessoas se sentiram profundamente ofendidas [pela manifestação contra o racismo ter adentrado à igreja] e a elas eu peço perdão, pois não foi, de fato, a intenção de magoar ou ofender o credo de ninguém, até porque eu mesmo sou cristão”, disse na quarta-feira (09), Renato Freitas (PT).

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