O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) foi detido pela Guarda Municipal na noite desta sexta-feira na Praça Rui Barbosa. É a segunda vez que Renato é preso em menos de dois meses (leia mais abaixo).
Segundo informações de testemunhas no local, representantes do partido, entre eles Renato, estavam convocando pedestres a participar de um protesto marcado para este sábado (24) contra o presidente Jair Bolsonaro. Um dos homens que passava pelo local não gostou e confrontou os representantes do partido.
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“Ele voou para cima de mim para pegar o megafone e eu fui para trás. No primeiro momento, não me liguei. Nisso ele me deu um chute e eu falei ‘ôô, aqui não’. Mas dai ele veio bem lôco, querendo me agredir. Fiz assim com o megafone, num ato de defesa, numa reação automática, e bati com o megafone dele. Bateu no rosto, de fato”, disse o vereador Renato Freitas em vídeo divulgado em suas redes sociais. .
A partir dali houve uma confusão e a GM interveio. O vereador disse que os guardas vieram e ele chegou a mostrar no que no local havia uma câmera que poderia mostrar que sua versão é a verdadeira.
Em seu perfil no Instagram, a equipe do vereador disse que Renato foi vítima de uma ação truculenta da GM e que foi preso por protestar contra o presidente Jair Bolsonaro. Nas imagens, gravadas por correligionários do vereador e também pela GM, cinco agentes imobilizam o vereador.
“Eu comecei a esclarecer, e por conta de questões pessoais, não me deixaram e a Guarda me imobilizou, me agrediu, me jogaram no chão, começaram a me asfixiar, pegaram meu rosto e tiraram foto como se eu fosse um troféu”, protestou. Ele foi conduzido para a Central de Flagrantes, no bairro Portão.
Presidente do PT se pronuncia
O presidente do PT municipal, Angelo Vanhoni, se pronunciou em um áudio enviado a filiados do partido. Segundo ele, o partido está com uma “banca” no local fazendo convocação para um protesto amanhã contra o presidente Jair Bolsonaro. Outros vereadores da sigla estiveram no espaço durante a semana. Nesta sexta foi a vez de Renato de Freitas.
“Houve uma provocação de um bolsonarista, como sempre acontece, e acabou tendo um conflito. A Guarda Municipal, como não poderia deixar de ser, fez o que tem feito nesse ultimo período. Uma perseguição implacável contra o nosso vereador. Negro, defensor da periferia. Já tem um histórico de provocação e transgressão do respeito não só ao mandato e as pessoas, principalmente aos negros, por parte da guarda pretoriana da prefeitura”.
Segundo Vanhoni, o partido está tomando todas as providências para assistir ao vereador na Central de Flagrantes. “O Partido dos Trabalhadores repudia com veemência e indignação essa prisão arbitrária do nosso vereador”, disse.
E aí, GM?
Em nota enviada à imprensa, a Guarda Municipal informou que o vereador Renato Freitas foi detido depois de agredir um homem e resistir ao encaminhamento para a Central de Flagrantes.
“O homem disse aos guardas municipais ter sido agredido pelo vereador com um megafone e por outras pessoas que o acompanhavam numa manifestação na Praça Rui Barbosa. Antes da detenção, o vereador foi convidado a acompanhar os guardas, mas resistiu. Caberá agora à polícia civil dar os devidos encaminhamentos”, diz a nota da Guarda Municipal de Curitiba.
Outra prisão
O vereador Renato Freitas (PT) já havia sido preso no dia 4 de junho por policiais militares na Praça 29 de Março, no bairro Mercês, por volta das 17h. Em um vídeo postado por ele mesmo nas redes sociais os policiais aparecem dando voz de prisão ao vereador e também a outro homem. Segundo o vereador, eles estavam jogando basquete na cancha da praça com uma caixa de som. Na época policiais anunciam a voz de prisão a um homem por perturbação de sossego a também ao parlamentar por “atrapalhar o trabalho da polícia”.