Projeto de lei do vereador Zé Maria (PPS) prevê o controle e a diminuição da população de pombos na cidade. A intenção é reduzir a quantidade de pessoas contaminadas por doenças transmitidas pelas aves. Para o da iniciativa essa é uma questão de saúde pública. A bióloga Cláudia Staudacher, do Centro de Zoonoses de Curitiba, contesta o funcionamento e o objetivo da proposta.

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Não é o primeiro projeto sobre o assunto que Zé Maria apresenta. O anterior foi aprovado, mas não sancionado pelo então prefeito Luciano Ducci. O parlamentar explica que as aves seriam capturadas e colocadas numa espécie de container e levadas para espaço adequado. Lá seria alimentado de forma saudável, desverminado, esterilizado e depois devolvido ao meio ambiente. O vereador sugere parcerias com empresas que poderiam usar os containeres para publicidade.

Exagero

Para Cláudia Staudacher, chefe de Fauna Sinantrópica do Centro de Controle de Zoonoses de Curitiba, o projeto de lei apresenta falhas. O processo para desverminar o animal é contínuo. Se retornar ao meio ambiente, o processo é interrompido. Cláudia afirma que existe exagero em relação às aves e explica que para que as fezes sejam contaminadas e transmitam doenças é preciso ambiente favorável que tenha calor, umidade e seja escuro e fechado. As fezes dos animais, nas mesmas condições, podem ser contaminadas, mas as doenças são conhecidas como “doenças dos pombos”. Ela exemplifica dizendo que se fosse algo tão agressivo como algumas pessoas afirmam, o número de doentes seria enorme em locais públicos com concentração de pombos. Mas esses locais não apresentam o ambiente favorável para o desenvolvimento de fungos sobre as fezes.

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Transmissão de doenças

A bióloga Cláudia Staudarcher destaca que a população de pombos é constante e está perdendo espaço em áreas públicas. Para ela, a melhor iniciativa é educar as pessoas. “Ao alimentar os bichos, se tornam escravos esperando uma migalha. A diminuição dos alimentos deve ser gradativa até que seja interrompida.” Para controlar uma espécie é preciso eliminar os quatro as: água, alimento, acesso e abrigo.

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Os pombos podem transmitir doenças como salmonelose, psitacose, alergias além da histoplasmose e criptococose (veiculadas por fungos presentes nas fezes envelhecidas), provocando sérios danos à saúde humana.