Grana no protesto

Vendedores ambulantes aproveitam para faturar durante os protestos em Curitiba

Além de quem está no centro para se posicionar, houve ao longo do dia grande concentração de vendedores ambulantes nas ruas de Curitiba. Os vendedores mostraram opiniões distintas a respeito da votação sobre o processo de impeachment. Existiam os contra o impeachment e os favoráveis, mas todos estivem nas ruas unicamente para aproveitar o momento. “O que acontece é que as pessoas estão fechando a mão, gastando menos, e isso está sendo muito ruim pra gente”, disse um dos vendedores.

Na torcida

O vendedor de bandeiras veio não só vender todas as bandeiras, mas também em apoio à presidente Dilma Roussef. “Prefiro que seja feito um plebiscito para decidir isso. Não um golpe como esse”, disse Marcos.

Foto: Giselle Ulbrich.

“Roubaram tanto na presidência, por isso sou a favor do impeachment. Não preciso vender algodão doce. Mas estou aqui vendendo porque não consigo emprego. Eu era pedreiro, mas não acho mais vaga na construção civil. Acho que Dilma saindo tem possibilidade de melhorar.” Josumar Souza Gonçalves vende algodão a R$ 5 cada.

As opiniões sobre o impeachment eram tão distintas que lado a lado os vendedores se dividiam. Fernando Ataíde, de 36 anos, morador do Hauer, que vendia bonecos e bandeiras por até R$ 20, diziam ser a favor do impeachment. “Do jeito que está, não dá para continuarmos. O país só está piorando”. 

Do outro lado, embora próximo ao movimento favorável ao impedimento da presidente, José Grabovski, de 62, se manifestou contrário. “Não sou a favor do impeachment, acredito que não seja a saída, porque se ela cair, nossa situação vai piorar”, disse o homem, morador de São José dos Pinhais, que vendia bandeiras por até R$ 15.

Números

Segundo a Polícia Militar, A Praça Santos Andrade, no protesto pela sequência do processo de impeachment, reúne o maior número de pessoas: Confira:

* Pró-Dilma – Praça Rui Barbosa: cerca de 300 pessoas – pacífica.
* Pró-impeachment – Praça Santos Andrade: cerca de 6.000 pessoas – pacífica.