Estiagem

Venda de bombonas pra guardar água em Curitiba dispara com novo rodízio da Sanepar

Fila de gente pra comprar bombona em loja do Boqueirão nesta sexta, primeiro dia do rodízio de 36h da Sanepar. Foto: Talita Floriani Berica / JR Tambores

Com filas que chegam a dobrar o quarteirão, a venda de tambores para armazenar e reaproveitar a água da chuva que já estava alta na pandemia disparou com o início do rodízio da Sanepar de um dia e meio com água e um dia e meio sem água nesta sexta-feira (14). Diante da situação, que afeta cerca de 1,2 milhão de pessoas da capital e região metropolitana, economizar água tem sido cada vez mais necessário.

Há sete anos trabalhando com a venda de bombonas, Talita Floriani Berica, sócia da JR Tambores, tem comemorado as vendas dos últimos dias. “A gente começou a vender o modelo com duas torneiras há cinco anos. Vendíamos apenas para prefeituras, empresas. Aí com a estiagem a procura aumentou em 500% as nossas vendas”, comemora a empresária, que tentava organizar a fila de clientes na frente da loja no bairro Boqueirão na tarde desta sexta-feira, o primeiro dia do rodízio mais severo.

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Foto: Irene Bescorovaine / Colaboração

Os tambores vendidos pela Talita tem 250 litros de capacidade e vem com duas torneiras: uma para abastecer o balde e outra para conectar a mangueira. “Foi ideia do meu marido colocar as duas conexões. Esse modelo, que custa R$ 150, é o que vende mais”, explica.

As bombonas coletam a água da chuva. Para isso, basta fazer uma adaptação na calha para que a água escorra dentro do reservatório. Mas elas também podem ser usada também em apartamentos sem quintais. “Hoje em dia muita gente aproveita a água da máquina de lavar roupa para colocar no vaso sanitário, lavar o carro, limpar a calçada”, explica Talita.

Salvação na estiagem

Logo quando começou a quarentena do coronavírus, em março, a decoradora de eventos Irene Bescorovaine encontrou na venda de bombonas uma maneira de driblar a crise. “Foi a saída que achei de poder continuar trabalhando e ter uma renda. Eu analisei o mercado e vi que em Curitiba estava faltando água. Então, resolvi vender as bombonas”, conta a decoradora.

Logo nos primeiros meses, a venda ainda era pequena, mesmo com o rodízio da Sanepar, que até quinta-feira (13) era a cada três dias. “A gente foi vendendo aos poucos, conforme foi aparecendo os pedidos. Mas com esse racionamento de 36 em 36 horas, meu telefone não para de tocar. Todo o estoque que eu tinha saiu na quarta e quinta-feira”, comemora a empresária, que aguarda para sábado (15)uma nova remessa de bombonas para vender.

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Por enquanto, a decoradora confessa que a venda dos tambores ainda não se compara com os eventos que fazia antes da chegada do coronavírus. Mas é o que tem feito diferença no orçamento sem os trabalhos de antes da pandemia. “A venda de bombonas é apenas um complemento. Amanhã ou depois, o povo já cai em esquecimento”, confessa.

Além dos tambores, Irene ainda trabalha com cestas de café da manhã, cestas de vinho, espumantes e cerveja. “Eu alugo cama elástica, piscina de bolinhas, faço frete com o caminhão que eu usava nos meus eventos. Eu estou driblando a crise, fazendo de tudo para superar”, finaliza.

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