Nesta semana, choveu muito na região Norte de Curitiba e quase nada na região Sul. Você sabe por que isso acontece? Segundo o Simepar, existem três ingredientes principais para a formação de nuvens e chuva: umidade, instabilidade atmosférica e mecanismos de elevação do ar.
Fatores como relevo, vegetação e urbanização também influenciam a combinação dessas variáveis, tornando algumas áreas mais propícias à ocorrência de precipitação. A alta concentração de concreto, asfalto e veículos contribuem para o aquecimento do ambiente. Esse fenômeno é chamado de ‘ilha de calor urbana’ e ocorre quando as temperaturas da cidade são mais altas do que áreas rurais próximas.
“Esse calor extra aquece o ar mais rapidamente, favorecendo sua ascensão. Quando essa elevação ocorre em uma atmosfera úmida e instável, forma-se um ambiente propício para o desenvolvimento de nuvens convectivas e chuvas localizadas naquela região”, explica o meteorologista Fernando Gomes.
Por outro lado, regiões com vegetação tendem a apresentar maior disponibilidade de umidade devido à evapotranspiração – processo pelo qual o solo e as plantas liberam vapor d’água na atmosfera. Quando há instabilidade, as áreas mais arborizadas se tornam mais favoráveis à formação de chuva em comparação com locais com maior concentração de prédios, por exemplo.
“Quando o ar quente e úmido encontra uma montanha, ele é forçado a subir. À medida que ganha altitude, o ar se resfria e a umidade condensa, formando nuvens e precipitação. Esse processo ocorre no barlavento, o lado da montanha voltado para o vento. Já no sotavento, o ar desce após perder umidade e aquece, inibindo a formação de nuvens e precipitação, o que pode criar regiões mais secas”, detalha Gomes.
Assim, é possível encontrar áreas com elevados volumes de chuva e outras muito mais secas separadas por alguns quilômetros dentro de uma mesma mesorregião. Em janeiro, na capital paranaense, choveu 221,8 mm – aumento de 20% da média esperada para o mês.
E a duração da chuva?
Os ventos em diferentes altitudes da troposfera desempenham um papel crucial na duração, no deslocamento e na intensidade das tempestades. Dependendo desses fatores, uma nuvem de chuva pode precipitar apenas sobre uma parte de uma cidade e desaparecer antes de atingir outras áreas próximas, influenciando a distribuição espacial da precipitação.
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