Um ano depois do lançamento do Vale do Pinhão, programa de incentivo à inovação da capital paranaense lançado pela prefeitura, alguns resultados positivos já apareceram. O motivo foi o aumento da conexão entre os empreendedores da área de tecnologia. Em 2017, foram realizados vários eventos reunindo startups, investidores, empresas e instituições e já há programação para novos encontros em 2018.
Um desses encontros será o Smart City Expo Curitiba 2018, evento de cidades inteligentes que ocorre de 28 de fevereiro a 1º de março deste ano, onde quase cinco mil participantes poderão conhecer e vivenciar de perto todos os projetos que estão sendo desenvolvidos no Vale do Pinhão. Serão realizadas palestras de representantes de startups da capital e apresentadas propostas de revitalização dos bairros Rebouças e Prado Velho, que fazem parte do projeto do Vale. É a primeira vez que o evento ocorrerá em uma cidade brasileira.
De acordo com Tiago Francisco da Silva, diretor tecnológico da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, empresa de economia mista voltada ao apoio aos micro e pequenos empreendedores e responsável pelo gerenciamento do Vale do Pinhão, diferente de algumas outras práticas para desenvolvimento econômico, a área da tecnologia anda mais rápido quando as pessoas estão próximas. “Tudo acaba sendo parte de um grande ecossistema de inovação, onde estão interligadas grandes empresas, startups, universidades e órgãos públicos. É por isso que eventos como o Smart City potencializam o surgimento de novos negócios. As pessoas ficam sabendo o que está acontecendo e, juntas, promovem uma coalizão de ideias”, comenta.
Foi o que aconteceu com a startup Hydrobytes, que atua na área da indústria 4.0 e internet das coisas. Segundo Vanderson Vauruk, 36 anos, um dos fundadores da empresa junto com o sócio Marcos Nadolny, o impulso para o crescimento do negócio dos dois ocorreu quando eles se conectaram com outros empresários de Curitiba. “Com a abertura de espaço em eventos, pudemos mostrar o nosso potencial. Descobrimos empresas que sequer imaginávamos que poderiam precisar do nosso trabalho”, explica Vanderson. “Por causa do Vale do Pinhão, hoje a Hydrobytes está incubada dentro da Fiep, com projetos encaminhados já para o primeiro trimestre de 2018”, diz. De acordo com a assessoria do Sistema Fiep, a instituição presta apoio ao projeto Vale do Pinhão de maneira piloto, por meio do Instituto Senai de Inovação (ISI), e aposta nesse incentivo para o crescimento do empreendedorismo na capital.
O professor doutor Cleverson Renan da Cunha, coordenador de Empreendedorismo e Incubação da Agência de Inovação da UFPR, apoia o projeto Vale do Pinhão e diz que o caminho para o crescimento na inovação é articulação do ecossistema e a transmissão de conhecimento. “O papel das universidades é justamente dar esse apoio, participando de eventos e dando suporte a alunos e professores para pesquisa de novas tecnologias. Dessa forma, acabamos transformando toda a comunidade”, reflete. Além da UFPR, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Universidade Positivo (UP) também apoiam a inciativa do Vale do Pinhão.
Luiz Gustavo Comeli, consultor do Sebrae, diz que antes mesmo de se falar em Vale do Pinhão, a instituição já apoiava projetos na área de inovação no Paraná, mas hoje há uma união muito maior entre as instituições. “Os projetos e ideias de empreendedorismo na área apareciam de forma muito dispersa. Alguém que vinha até o Sebrae acabava não sabendo o que acontecia na Fiep, por exemplo. Agora, isso mudou. Tudo está mais interligado e o crescimento da área de tecnologia é visível. Nossa aposta é que Curitiba volte a ser uma das cidades mais inovadoras do país”, conclui.
O que é o Vale do Pinhão
Vale do Pinhão é a denominação dada ao Ecossistema de Inovação de Curitiba. O ecossistema de inovação é composto por todos e quaisquer atores cujo objetivo é o desenvolvimento de inovação, como por exemplo, universidades, aceleradoras, incubadoras, fundos de investimento, centros de pesquisa & desenvolvimento, startups, movimentos culturais e criativos, a sociedade, etc.
Além da Prefeitura de Curitiba, outras instituições também fomentam o ecossistema, dentre elas, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (SEBRAE-PR), a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (FECOMERCIO-PR).
Também fazem parte do grupo inicial de estudos do ecossistema as universidades Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a Universidade Positivo (UP) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A Prefeitura de Curitiba lançou o projeto em 2017, baseado em três pilares principais: Inovação na Prefeitura, Internacionalização e Crescimento do Ecossistema.