Um lote com 11.700 doses da vacina da Pfizer, produzida pela farmacêutica norte-americana em parceria com a empresa alemã BioNtech começa a ser aplicado nesta quinta-feira (6) em Curitiba. As doses foram recebidas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), na quarta-feira (5). E diferente de outros imunizantes já em uso na capital, estas doses necessitam de cuidados especiais, no armazenamento e na aplicação.

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“Essa é uma vacina complexa e delicada. Mas Curitiba, ao lado de algumas poucas capitais, está pronta para receber e aplicar”, explica a secretária municipal da saúde de Curitiba, Márcia Huçulak.

Estas vacinas fazem parte da remessa total de 32.760 doses destinadas ao município. Conforme a SMS, elas vão permitir que Curitiba complete o primeiro grupo prioritário do Plano Nacional de Imunização (profissionais de saúde) e também inicie a vacinação do grupo de comorbidades, com pacientes de hemodiálise e deficientes mentais institucionalizados. 

Conservação abaixo de zero

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As vacinas da Pfizer chegaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, na noite de segunda-feira (3). De lá, o material foi encaminhado diretamente ao Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), do Governo do Estado, para validação da qualidade e armazenamento.

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Por causa das especificidades técnicas e exigências de armazenamento em temperaturas muito baixas, essas vacinas da Pfizer estão sendo distribuídas apenas em Curitiba. O imunizante exige uma cadeia logística e rede de frios até chegar na ponta. Isto porque, deve passar por um delicado processo de descongelamento para o uso final. A cada fase que avança não pode haver retrocesso. 

As vacinas da Pfizer, armazenadas inicialmente em freezer de ultra baixa temperatura (-80ºC a -60ºC), foram enviadas pelo Ministério da Saúde ao Paraná em caixas térmicas em temperaturas entre -25°C e -15°C. No Cemepar, foram guardadas em freezers de baixa temperatura. Nesta temperatura, conforme orientações técnicas do Ministério da Saúde, a conservação das vacinas pode ser feita por no máximo 14 dias.

Aplicação diferenciada

Para aplicação em Curitiba, a vacina precisa ainda sofrer mais uma etapa de “descongelamento”. Dessa forma, a vacina é armazenada nos pontos de vacinação em geladeiras com temperatura entre 2ºC e 8ºC. Nesta temperatura, a conservação das vacinas pode ser feita por no máximo 5 dias. Por este motivo, as retiradas da remessa serão feitas aos poucos pelo município.

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Além da logística de armazenamento e distribuição, a vacina da Pfizer também tem peculiaridades em relação a aplicação. O imunizante, após descongelado, precisa ser diluído em solução injetável de cloreto de sódio 9 mg/ml (0,9%). Após a diluição a vacina deve ser utilizada em no máximo seis horas. Para a aplicação também são necessárias seringas e agulhas específicas, as chamadas seringas de alta precisão.

Pontos de vacinação

Por conta da complexidade envolvendo o armazenamento, distribuição e utilização, a aplicação do imunizante da Pfizer estará concentrada em três pontos de vacinação em Curitiba:

  • Pavilhão da Cura (Barigui)
  • Ouvidor Pardinho
  • Centro de Referência, Esportes e Atividade Física (Creaf) do Guaíra

A vacinação nestes pontos funcionará por meio de agendamento enviado pelo app Saúde Já Curitiba aos profissionais de saúde.

Além destes três pontos, a vacina será aplicada em clínicas e instituições pelas equipes de saúde em pacientes de hemodiálise e deficientes mentais institucionalizados.