Tragédia

Três pessoas morrem em incêndio no Tatuquara

A morte de três pessoas na madrugada desta terça-feira (13) chocou os moradores do Moradias da Ordem, no bairro Tatuquara. Segundo a polícia, familiares e vizinhos, Expedito da Silva, 80 anos, a esposa dele, Iracy Moreira da Silva, 63, e a filha do casal, Janaina Moreira da Silva, 23, foram mortos por Tiago Vandiene dos Santos, 24 anos, ex-marido de Janaína.

Os três estavam dentro de casa, na Rua Milton Camargo Amorin, foram mortos pelo rapaz e depois queimados em um incêndio que o próprio assassino teria causado.

O fogo foi visto pelos moradores por volta das 2h. A família acredita que Tiago tenha ido à residência só para matar a ex-mulher, mas como os pais tentaram impedir, mudou de ideia.

“Na quinta-feira passada, ele a ameaçou com uma arma na boca, na frente dos pais e disse que a mataria. Os dois conseguiram impedi-lo, mas ele disse que voltaria e mataria todos da família”, disse Rosimeire Gonçalves Borges, 44 anos, tia de Janaína. Ninguém da família foi até a polícia com medo de que ele fizesse algo pior.

Na madrugada, Tiago foi visto pelos vizinhos enquanto entrava na casa. “Depois que ele entrou, foram ouvidos tiros. Foram seis seguidos e depois outros dois”, contou. Em seguida aos disparos, as chamas começaram a atingir a residência. “Quando a casa estava tomada pelo fogo, ele saiu da casa com as mãos e a roupa pingando sangue e só voltou quando os bombeiros chegaram”, disse.

Com a chegada dos Bombeiros, o fogo foi contido, mas os três já estavam mortos. “O que foi visto pelos socorristas, é que a Janaina tinha um ferimento na boca que parecia um tiro e o Expedito estava bastante machucado na cabeça”, disse a tia.

Já Iracy, morreu abraçada com a filha. Apesar das suspeitas, apenas o laudo do Instituto Médico Legal deve apontar se a causa da morte dos três foi o fogo ou se eles já estavam mortos quando as chamas começaram.

Logo quando Tiago voltou ao local do crime, os moradores o apontaram como o autor. Ele foi preso em flagrante e encaminhado ao Centro de Atendimento ao Cidadão (Ciac-Sul).

“Tiago tinha dois ferimentos, um na mão e outro na perna”, disse o delegado Rodrigo Brown, titular do 11º Distrito que estava de plantão na madrugada. Tiago negou ser o responsável e disse que estava com a consciência limpa.

Facão

Junto com o corpo do pai de Janaína, os bombeiros encontraram um facão. Para os familiares e vizinhos, os ferimentos no rapaz apontam que, de alguma forma, houve luta entre os dois.

“O meu cunhado disse que não deixaria que ele matasse a filha dele, com certeza foi tentar impedir, conseguiu ferir o Tiago, mas acabou morto também”, suspeitou Rosimeire.

A suspeita da tia é a mesma em todo o bairro e, para os vizinhos, não há duvidas de que o rapaz foi o responsável. “Sabíamos que ele tinha ameaçado a família por causa do relacionamento com a Janaína, tanto que na segunda-feira a Iracy nem foi à igreja rezar o terço com a gente, porque ficou em casa cuidando da filha de medo do que poderia acontecer”, disse uma vizinha de 73 anos, que pediu para não ser identificada.

Os vizinhos estavam indignados. “A sensação é de muita tristeza, porque os três eram muito queridos em toda a rua. O Expedito já era aposentado, mas saía para trabalhar como jardineiro todos os dias e ia até Quatro Barras”, contou a vizinha. “Vai ser muito difícil continuar sem eles por aqui”, completou.

Passado

Segundo os familiares, o relacionamento do casal nunca foi aceito pelo pai e mãe de Janaína. “Eles sempre souberam que ele não prestava. Sabíamos inclusive que ele já tinha ficado preso por um ano e dois meses”, disse a tia. Janaína, que trabalhava em uma empresa de ferramentas na CIC, comprou um carro, um Astra preto, e quem usava era Tiago.

De um tempo pra cá, Expedito teria descoberto que a filha apanhava do marido e começou a repreendê-lo. “Ele dizia que se o visse batendo na filha na frente dele, iria para cima mesmo, porque não aguentaria&rdquo,;. Os dois continuavam juntos até a última quinta-feira, quando a ameaça aconteceu.

Sobre o caso, o delegado Rodrigo Brown não pôde dar muitas informações, por estar no começo das investigações e ser outro delegado o responsável pelo caso. “O que podemos confirmar é que ele foi visto entrar e sair da casa e que todas as suspeitas apontam a ele, sem duvidas”, disse.

Tiago foi encaminhado à carceragem do 11º Distrito, na Cidade Industrial de Curitiba. Ele foi indiciado pelo incêndio e por triplo homicídio qualificado. “Só pelos homicídios, pode ficar até 90 anos preso”, explicou Rodrigo Brown.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna