Discussão

Urbs estuda pacote polêmico para reduzir custos do transporte público

Foto: Jonathan Campos.

Quando o assunto é o transporte coletivo de Curitiba, não é só o aumento da tarifa de R$ 3,70 para R$ 4,25 que deve inflar neste ano as discussões sobre o sistema na capital. Outras mudanças em estudo pela Urbs prometem gerar bastante discussão. O pacote de medidas pode resultar em implicações como o fechamento de postos de trabalho e a redução da validade das passagens adquiridas com bastante antecedência pelos usuários. A maioria das ações visa reduzir os custos do sistema.
Veja o que está em análise pela Urbs, a empresa que controla o transporte público na cidade

Validade da passagem do transporte coletivo de Curitiba

A Urbs já sinalizou que vai buscar apoio da Câmara de Vereadores para reduzir o tempo de validade da passagem adquirida pelo consumidor. Em 2015, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado entre a Urbs e o Ministério Público, estabeleceu que validade de cinco anos para os créditos.

Na época, a medida visava proteger o poder de compra do usuário. O TAC permite que o passageiro percorra o mesmo número de viagens que eram possíveis quando os créditos foram comprados, dentro do período de cinco anos.

Segundo a Urbs, por causa disso, há passageiro circulando com passagem que custou R$ 2,20, quase metade dos atuais R$ 4,25, mas a empresa que gerencia o transporte repassa atualmente R$ 3,6653. Um projeto de lei deve ser enviado à Câmara para tentar mudar isso.

Recadastramento da gratuidade

A Urbs também estuda o recadastramento dos beneficiários da gratuidade da passagem. Hoje, cerca de 238,4 mil pessoas estão cadastradas para usufruir do benefício. Isso inclui idosos, pessoas com deficiência e acompanhantes – quando comprovada a impossibilidade de deslocamento sozinhos, aposentados por invalidez, oficiais de justiça, policiais e guardas municipais, militares, carteiros e operadores do sistema, além de estudantes que pagam tarifa reduzida.

Essa gratuidade representa cerca de 14% nos custos tarifários, ainda segundo a Urbs, e 3.018.306 usos por mês.

A empresa da prefeitura, conforme a assessoria de imprensa, ainda não tem data definida para começar o recadastramento e ainda não definiu como deve funcionar. No entanto, já se sabe que a ação vai fazer com que cartões que poderiam estar sendo usados indevidamente – no caso dos que pertencem, por exemplo, a idosos que faleceram ou pessoas que já concluíram os estudos mas estão cadastradas como estudantes, sejam tirados de circulação.

Transporte coletivo de Curitiba pode ficar com menos cobradores, segundo as discussões. Foto: Gerson Klaina
Transporte coletivo de Curitiba pode ficar com menos cobradores, segundo as discussões. Foto: Gerson Klaina

Redução de cobradores

Os cobradores também estão no alvo da Urbs em relação à meta de reduzir gastos no transporte coletivo de Curitiba. O presidente da empresa, José Antônio Andreguetto, afirmou na Câmara, nesta quarta-feira (15), que cortar o número de profissionais na ativa segue em análise pela prefeitura. Isso pode ocorrer tanto por demissões como por alocação de função.

Como hoje uma lei municipal de 2001 exige a presença de cobradores em terminais, estações-tubo e ônibus da capital, o município vai buscar apoio dos vereadores para reverter isso. Não há, contudo, definição do percentual dessa redução e nem data para que isso ocorra.

Dos R$ 4,25 pagos pelo usuário – 54% da tarifa referem-se aos gastos com pessoal. Os dados foram divulgados pelo prefeito Rafael Greca (PMN).

O Sindimoc, que representa a categoria, promete lutar contra a medida e fala até em convocação de greve.

Licitação da bilhetagem eletrônica

Em tempos de crise, essa pode ser a medida que mais leve tempo para ocorrer. Segundo a assessoria de imprensa da Urbs, o contrato com a empresa que prestava serviços relacionados ao software do sistema de bilhetagem eletrônica, a Dataprom, venceu no ano passado. A prefeitura segue usando o sistema, sem firmar aditivos com a empresa.

Essa situação, conforme a Urbs, não inviabiliza os serviços do transporte. No entanto, uma nova licitação deve ser feita mais adiante para incorporar novos avanços tecnológicos ao sistema.

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