A mesma escola que antes era invadida durante o fim de semana e sofria com o vandalismo hoje é preservada como um patrimônio da Colônia Maria José, no município de Quatro Barras. A transformação começou há 13 anos e foi regida pela diretora da Escola Municipal Ernesto Milani, Josieli Guidolin, 33 anos, que orquestrou dia após dia mudanças na escola que, hoje, trazem reflexos para além dos muros escolares, a ponto do local já contar com uma ativa associação de moradores.
Com muito foco ela foi articulando diversos agentes dos governos municipal e estadual para garantir o básico. “Os alunos precisavam não passar frio e fome para aprenderem e a escola precisava estar limpa para recebê-los, o que também não acontecia no início, já que no fim de semana o espaço era frequentemente invadido, os banheiros ficavam completamente sujos e as pichações tomavam conta daqui”, explica.
Gerson Klaina |
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Em treze anos, número de alunos saltou de 35 para 230, agora em período integral. Confira no vídeo os detalhes da transformação. |
Tamanha perseverança em chamar atenção para a escola e a comunidade fez com que fossem acessados diversos programas assistenciais, como auxílio-leite, que fornece sete litros da bebida para 15 mães por semana. Hoje, a escola também fornece uniforme escolar completo (incluindo meias) a todos os alunos e essa evolução veio acompanhada do crescimento da própria instituição.
Em 2000, o local atendia apenas 35 alunos em duas salas, em um turno. Agora, são 230 alunos em período integral, de Educação Infantil, Fundamental e Especial. “A ideia do contraturno foi com o objetivo de tirar os alunos da violência das ruas, mas isso também está servindo para garantir uma formação integral a eles”, conta. Além disso, ao longo do dia, são servidas cinco refeições, resolvendo a questão nutricional.
Mobilização com resultados
Gerson Klaina |
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Josieli: objetivo foi tirar alunos da violência das ruas. Confira no vídeo os detalhes da transformação. |
A resposta da comunidade vem na preservação da escola. “Foi um pai de aluno que fez esse trabalho de grafite no muro”, explica Josieli. E mais do que se articular pela escola, a comunidade está começando a aprender a se engajar pela melhoria do próprio espaço onde vivem. “Os eventos de final de semana na escola aproximaram as pessoas e, hoje, uma das principais reivindicações é por um espaço de lazer, já que não existe nem uma praça nas redondezas‘, afirma.
Outras demandas, como um posto de saúde para a região, já foram atendidas. “Também fizeram um abaixo-as,sinado para que eu permanecesse aqui, quando tentaram me transferir para a secretaria”, comenta. Outra batalha é para que a linha de ônibus passe a circular pela Colônia. Aos poucos, pais e filhos vão aprendendo a exercitar a cidadania.
Gerson Klaina |
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Quinze famílias recebem leite do governo. |
Confira no vídeo os detalhes da transformação.