A educação em Curitiba passa por um momento de indefinição. Além do impasse envolvendo a mudança nas creches comunitárias da capital, o que vem deixando pais aflitos, o cenário também é de expectativa para alunos da rede estadual de ensino fundamental e médio.

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Três colégios tradicionais de Curitiba, dois deles centenários, correm o risco de fechar, a despeito das manifestações contrárias de cada comunidade escolar. O Tiradentes (1892), localizado no Centro; o Zacarias (1911), no Alto da Glória; e o Amâncio Moro (1958), no Jardim Social, receberam propostas de encerramento, com os alunos sendo incorporados pelo Colégio Estadual do Paraná (CEP). Os profissionais e professores entrariam em um processo de remoção. Em assembleias realizadas nos dias 23, 21 e 18, respectivamente, a proposta foi recusada por pais e professores.

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Desde o início de 2019, turmas do CEP estão espalhadas nesses três colégios, por conta de uma reforma no prédio situado na Avenida João Gualberto. Há uma proposta em estudo para que o CEP assuma de vez os espaços hoje ocupados provisoriamente. Após a conclusão das obras da edificação principal – sem prazo para acabar –, os prédios dessas escolas poderiam se transformar em campi do CEP, a maior unidade educacional do Paraná. A ideia, porém, é apenas uma das possibilidades avaliadas pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed), que ainda não tem detalhes de como isso funcionaria.

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Segundo a Seed, os três colégios com risco de fechamento, localizados em área central, apresentam queda na demanda por matrículas e estão com estrutura ociosa. Turmas dos ciclos iniciais do fundamental (6º) e 1º do ensino médio já deixaram de ser abertas em anos anteriores. A secretaria garante que está ouvindo a comunidade escolar antes de decidir pelo encerramento das atividades e que não tomará nenhuma decisão unilateral.

Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

O Sindicato dos Professores (APP Sindicato), por sua vez, diz que a Seed está causando o fechamento das escolas aos poucos, ao proibir matrículas por anos seguidos. “Dizem que não há procura, mas não liberam abertura de turmas. Então, se não tem o 6º ano, no ano que vem não tem o 7º, e assim por diante. Podem dar o nome que quiserem, mas estão fechando escolas sim”, observa Tereza Lemos, secretária de Organização da APP.

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Na assembleia no Amâncio Moro, por exemplo, vários pais reclamaram que o sistema de georreferenciamento encaminha alunos para escolas lotadas e perigosas na periferia, e que estão satisfeitos onde estão. “Não faz sentido a incorporação pelo CEP. É muito melhor a equipe pedagógica estar na mesma escola que a turma, e não separar por campi”, critica Tereza. Ela também defende a implantação de turmas menores, para aperfeiçoar o ensino. “Já lecionei em turmas com 47 estudantes. Não conseguia nem escrever no quadro sem esbarrar no primeiro aluno da fila. Agora que poderíamos ter turmas com no máximo 25, 30 alunos, melhorando o atendimento, preferem fechar escolas”, acrescentou.

Segundo a Seed, vários fatores são considerados ao se determinar o fluxo de estudantes nos colégios e turmas, como metragem das salas de aula, oferta de séries no mesmo turno e em instituições da mesma região; aumento e/ou redução da demanda de alunos de cada instituição, decorrentes da redução ou aumento populacional, entre outros. A secretaria diz que está ouvindo a comunidade escolar para decidir sobre o fechamento, mas que precisa levar em conta esses outros fatores. Diz ainda que a proposta do CEP atende ao preceito de ocupar melhor salas hoje ociosas e que isso ajudará a ampliar o número de vagas, já que há uma fila de espera de aproximadamente mil alunos não atendidos a cada ano.

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