A morte do adolescente Caio José Ferreira de Souza Lemes, de 17 anos, baleado pela Guarda Municipal de Curitiba no último sábado (25), teve mais uma etapa de depoimentos concluída. Um dos três guardas-municipais, que agora deixa de ser acusado e será testemunha do caso, disse que a faca encontrada no local da ocorrência não era da vítima. Ela teria sido plantada após a morte do jovem.
A informação foi repassada pelo delegado do caso, Eric Guedes, nesta segunda-feira (3). “Segundo o relato da testemunha, o Caio não estava portando faca. Essa faca foi colocada, ali, no local, pelos guardas municipais”, disse o delegado.
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Segundo consta no boletim de ocorrência, Caio e amigos foram abordados pela Guarda Municipal (GM), após uma pessoa denunciar que o grupo estaria vendendo drogas. Ao realizar o patrulhamento, os agentes visualizaram quatro pessoas com as características relatadas pelo denunciante. Ao se aproximar, os jovens teriam fugido.
Relato anterior
De acordo com o relato anterior foi testemunho, que agora mudou, a perseguição iniciou depois que Caio fugiu. Dois policiais a pé e um com a viatura. Com o veículo, Caio é cercado e faz um gesto indicando que iria se deitar. No boletim de ocorrência, um dos guardas relata que Caio tirou do boné uma faca. Ao perceber a faca, o agente disparou com uma arma de fogo. O adolescente foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Ainda segundo o agente, na calça de Caio teria dois tabletes de substância parecida com maconha, um celular e um cartão transporte. A arma de fogo usada na abordagem foi entregue à Central de Flagrantes da Polícia Civil. No boletim de ocorrência, não existe a citação de quantos disparos foram realizados.
“Putz, disparou”
Como já mostrou a Tribuna, um dos guardas municipais (GM) envolvido na morte de Caio José Ferreira de Souza Lemes, 17 anos, teria falado “putz, disparou”, logo depois que o adolescente foi baleado. É isso que afirma uma testemunha ouvida pela Polícia Civil (PCPR).
Em depoimento, a testemunha disse que Caio estava rendido e que fez “tudo que o policial pediu” quando foi morto. O guarda municipal Edson Pereira, que disparou, disse à polícia que Caio os ameaçou com uma faca de 25 centímetros, que guardava dentro do boné.
Defesa
A defesa dos outros dois GMs, também ouvidos pela PCPR, disse que eles ficaram em silêncio durante os depoimentos. O advogado disse que vai aguardar todos os elementos do caso, antes de qualquer procedimento.