Quem mora próximo ao Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro já ouviu diversas suposições sobre o que irá acontecer com o terreno depois que ele deixar de ser usado pela mantenedora do hospital, a Federação Espírita do Paraná (FEP). Especula-se sobre condomínios residenciais, shopping center, escola e também um grande prédio comercial, mas nenhuma destas hipóteses está confirmada.
Em aproximadamente três meses o hospital deixará o terreno onde esteve desde sua inauguração, em 1945. O atendimento será distribuído em três novas sedes, cada uma com perfil específico de serviço. A internação integral, que conta com 195 vagas, irá para um novo espaço de propriedade da FEP próximo à Linha Verde, no Guabirotuba; o ambulatório e a clínica-dia, que possui disponibilidade para atender 90 pessoas por convênios, serão transferidos para um prédio no bairro Alto da Glória; enquanto a federação ainda procura por um espaço para o atendimento aos 30 pacientes da clínica-dia do Sistema Único de Saúde (SUS).
A organização do hospital garante que a separação dos serviços não irá prejudicar o atendimento aos pacientes, já que cada sede terá estruturas independentes. “As unidades terão toda a estrutura, até mesmo mais moderna e adequada às necessidades dos pacientes de acordo com as normas da Vigilância Sanitária”, explica o assessor administrativo do hospital, Alessandro Carraro Bandeira. De acordo com a FEP, o projeto arquitetônico dos novos espaços também pretende estimular os pacientes, para potencializar o tratamento.
O terreno foi negociado com a Incorporadora Invespark, que ainda não divulgou nenhum plano para a área de 65 mil metros quadrados. Por meio de nota, a incorporadora informou que o projeto será divulgado assim que definido.
Vizinhos aliviados
Para os moradores da região, porém, independente de qual seja o uso do espaço, a novidade não deve prejudicar a rotina do local. “É bom porque a região vai evoluir e teremos que nos adaptar”, afirma a aposentada Rita Lago Buracosky, 80. Seu marido, Cláudio Buracosky, 80, ressalta o cuidado que será preciso com a área verde do terreno. “As árvores terão que ficar ali”, diz.
A vizinha do casal, Odila Harrison, 77, também não se incomoda com o destino do terreno. “O progresso não pode ser brecado e vamos gostar do que vier pra cá”, avalia. Assim como os Buracosky, ela se preocupa com a vegetação. “Acho difícil permitirem a retirada das árvores.”