Mato alto, acúmulo de lixo e ocupação por andarilhos. Ao abrigar há alguns anos estas situações, um terreno baldio localizado na esquina da Avenida Presidente Affonso Camargo e a Rua Poeta Francisco Ferreira Leite, no Cristo Rei, preocupa moradores e trabalhadores da região. Muitos são os relatos de assaltos e de pessoas que se escondem no mato para consumir drogas ou para fazer do local um banheiro a céu aberto.
Quem mora nas proximidades se incomoda com o problema, que junto com ele traz a constante sensação de insegurança. “Essa é a nossa encrenca, acho isso uma vergonha. Estamos num bairro bom de morar, mas tem esse mato todo. Quase sempre tem assalto por aqui”, lamenta a moradora Hortência de Souza Miranda, 86, que está no prédio em frente ao terreno há 39 anos. Ela lembra que o local já foi usado como campo de futebol pelas crianças da vizinhança, inclusive por seus filhos, mas agora a rua é evitada pelos pedestres, principalmente durante a noite. Em algumas ocasiões, o mato chegou a pegar fogo, que foi controlado pelos bombeiros.
O terreno divide muro com um dos mais importantes hospitais de Curitiba, o Hospital Cajuru. Em nota, a instituição afirmou que se preocupa com assunto e que no último ano encaminhou à prefeitura duas solicitações de limpeza e manutenção do local. O documento afirma ainda que um novo ofício está sendo preparado. “Vejo todo dia de manhã alguns “moradores’ saindo do mato”, conta um segurança que não quis se identificar. Quem sente na pele o problema são os funcionários do hospital. O acesso dos trabalhadores ao prédio pela Avenida Affonso Camargo foi fechado, obrigando-os a passar ao lado do mato para entrar pela Avenida São José.
Para complicar, o terreno baldio faz parte do trajeto até dois pontos de ônibus muito procurados. “Quase todas as minhas colegas já foram assaltadas. Tenho muito medo de descer (a Rua Poeta Francisco Ferreira Leite), mas passo por aqui sempre de noite”, conta a auxiliar de enfermagem Lurdes Wiecheter, 57. Os funcionários do hospital fizeram um abaixo-assinado pedindo a reabertura do acesso, o que ainda não aconteceu.
Dono já foi notificado várias vezes
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Obras afirmou que o proprietário do terreno já foi notificado algumas vezes para limpar o espaço. A última notificação aconteceu em abril deste ano, quando o corte do mato foi realizado. Porém, uma solicitação feita à Central 156 nesta semana irá ocasionar uma nova notificação ao dono da área.
Depois de notificados, os proprietários dos terrenos baldios da capital têm o prazo de 30 dias para limpar o local. Caso o período seja desrespeitado, a multa inicial é de R$ 586,00, que dobra a cada nova notificação. Além disso, a obrigação dos proprietários é mantê-los limpos enquanto as questões de tráfico de drogas e assaltos devem ser notificadas aos órgãos de segurança pública.
Gerson Klaina |
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Acúmulo de lixo e entulhos é outro problema do local. |