A aposentadoria é um sonho para muitos, mas também pode ser uma incerteza. Enquanto alguns conseguem planejar o futuro — as atividades que pretendem fazer e aproveitar a tranquilidade —, há uma grande parcela da população que não pensa no assunto e faz questão de viver o presente.
Nunca é tarde, porém, para começar e guardar dinheiro, mesmo que a juventude tenha ficado para trás.
O consultor e educador financeiro Laduir Pinelli afirma que o ideal é começar a esquematizar esse período o quanto antes, de preferência logo que começar a gerar renda, mas chegar à meia idade sem fazer isso não é motivo para desespero.
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“Quanto mais cedo começar, menor o esforço mensal. Quanto mais tarde, maior o esforço. Dá para começar aos 50 anos, mas o esforço será muito maior porque estará concentrado em poucos anos”, explica.
Ele analisa o comportamento das novas gerações e avalia que o pensamento comum tem mudado com o passar dos anos, assim como o mercado de trabalho. O consultor destaca que a rotatividade nas empresas é grande, pois a tendência entre os jovens é estabelecer objetivos de vida a curto prazo. “É um pensamento válido, só que é preciso encontrar uma forma de aproveitar agora e conseguir se manter depois”, alerta.
Quanto guardar
Para qualquer pessoa, não importa de que idade, Laduir aconselha a guardar no mínimo 10% da renda todo mês e adequar o padrão de vida ao que sobrar do salário. Quanto mais tarde começar a fazer essa reserva, maior a porcentagem que deve ser reservada.
Ele ressalta, porém, que só poupar possivelmente não será suficiente, especialmente para quem deixa para começar depois de uma certa idade. Então, investir o dinheiro é uma medida importante.
Porém, quem quem não tem o tempo a favor, precisa arriscar mais, como explica o educador financeiro. “Se a pessoa tem 40 anos, por exemplo, e quiser se aposentar aos 60, ela pode começar a montar uma carteira de ação de dividendos. Em 20 anos essas ações podem valer um bom dinheiro”, destaca. “Tem que ter uma atitude arrojada, porque com renda fixa, em 20 anos, você ganha pouco em relação à inflação. Mas é preciso ter cuidado para não perder o valor principal do investimento”, completa.
Pague ao INSS
Laduir também lembra que existem boas opções de previdência privada e enfatiza a importância de a pessoa pagar, também, o INSS. Noa Piatã Gnata, doutor e mestre em Direito do Trabalho e da Seguridade Social pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP) concorda que mesmo que o Instituto Nacional do Seguro Social não pareça atrativo em termos de renda mensal que pode gerar no futuro, como investimento é bastante interessante.
“Se a pessoa pagar por 20 anos o mínimo de R$ 220 do INSS, isso gera uma renda de um salário mínimo reajustado todos os anos até o fim da vida. Em uma previdência privada o mesmo valor mensal investido vira uma renda de R$ 600, por apenas 10 anos”, calcula o advogado. Além disso, o INSS garante direitos como pensão por morte ao cônjuge ou companheiro e um benefício mensal em caso de invalidez.
A primeira orientação do advogado quando algum cliente o procura preocupado com aposentadoria é olhar para o histórico de trabalho e verificar o que pode ser regularizado perante o INSS. “Se a pessoa trabalhou, ainda que informalmente e sem registro, pode ter direito, se tiver como provar, a contar o tempo de contribuição e conseguir se aposentar antes”, diz.
Quem sempre trabalhou como autônomo e nunca foi assalariado pode recolher contribuições antigas, em atraso, por exemplo, garantindo tempo de contribuição e se aposentar em menos tempo. “Quanto mais tempo deixou de contribuir, mais caro fica, mas tem gente que consegue fazer esse acerto”, revela. O advogado também comenta que o INSS é limitado a um teto e, para algumas pessoas, esse valor é insuficiente.
Cada caso tem uma particularidade e a reforma da previdência alterou diversos dispositivos legais. Por isso o mais indicado é sempre buscar algum advogado especialista para esclarecer as vantagens e possibilidades relacionadas ao INSS. Assim como um bom consultor financeiro pode ajudar a investir o dinheiro e traçar planos para o futuro.