Falso milagre

Taxista que escapou das chamas botou fogo no próprio carro

O taxista que afirmou ter tido o carro incendiado por um casal de assaltantes confessou à polícia que mentiu. André Luiz Simões Massaroni, 25 anos, admitiu que tudo não passou de uma farsa e a polícia quer saber agora por que ele ateou fogo no carro – já que não é o beneficiário do seguro do veículo – e quem mais está envolvido na tramoia. O homem que se apresenta como dono do táxi foi identificado como Carlos, e também é investigado. Há alguns anos, outro veículo dele teria sido incendiado.

Desde o início, a história contada pelo taxista causou estranheza à polícia. Mesmo assim, a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) averiguou o caso e elaborou o retrato falado do casal que André afirmava ter praticado o assalto e o trancado no porta-malas. Porém, no decorrer das investigações, surgiram divergências entre a rota que a “vítima” afirmava ter percorrido no roubo e o caminho apontado pelo rastreador do veículo. “Os dados não batiam, além disso apuramos que o rastreador foi desligado na Linha Verde, quando o carro estava a 100 quilômetros por hora, sendo que apenas o motorista sabia onde ficava o equipamento”, declarou o delegado Rodrigo Brown.

Manobra

Acuado diante das contradições, André confessou que não houve roubo e explicou que os retratos foram obtidos a partir de um colega taxista, que foi assaltado pelo casal, em 31 de dezembro. “Ele se aproveitou dessa ocorrência para simular o crime e alegou ter sido vítima do mesmo casal”, afirmou Brown. De vítima, André passou a vilão. Ele foi indiciado por estelionato e falsa comunicação de crime e teve sua prisão preventiva solicitada à Vara de Inquéritos Policiais.

De acordo com o delegado, este tipo de fraude deve ser coibido, para evitar que pessoas mal-intencionadas utilizem a polícia para validar atos ilícitos com intenção de receber indenizações e seguros indevidos. “Sem contar que acabam por gerar pânico na população e nos taxistas, fazendo com que os órgãos de segurança pública se mobilizem por uma situação que não existe”, desabafou.

Farsa tem mais componentes

Ainda não está claro para a polícia quem são os envolvidos na farsa, já que André apenas trabalha para Carlos, que se intitula dono do táxi. Assim, André não teria direito à indenização que seria paga pela cooperativa por conta da destruição. “O veículo estava enrolado em um processo de inventário, em nome de uma mulher, o que impedia a transferência da licença do táxi para outro carro. Apenas o proprietário do veículo teria interesse no golpe, mas André alega que agiu sozinho”, contou o delegado.

A polícia identificou Carlos como o responsável pelo táxi. Seu nome completo não foi divulgado, porque ainda não há certeza de seu envolvimento. Ele deverá ser intimado a depor nos próximos dias. “Apuramos que Carlos já teve outro veículo incendiado, há alguns anos, e que já teria até preparado uma Meriva à espera da licença. A partir de agora, vamos tentar descobrir se André ganhou para realizar o serviço e quem são as outras pessoas envolvidas”, informou Brown.

Bônus

Divulgação

Apesar de toda a confusão armada por André, de algo serviu a maracutaia. Graças ao retrato falado confeccionado com a descrição feita por ele, a polícia conseguiu identificar o acusado de assaltar o outro taxista. Trata-se de Marcelo Vitoriano do Prado (foto), 24, que está foragido. Ele tem mandado de prisão por hom,icídio, expedido pela Comarca de Campo Largo. Qualquer informação sobre o paradeiro de Marcelo deve dada à DFR, no telefone 3218-6100.

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