“Prezado Ignacio: Estou apressadíssimo. Deixo-te meu abraço. Ao regressar conversaremos mais demoradamente. Benjamim.” O bilhete é assinado por antigo presidente da Copel, Benjamim de Andrade Mourão, conforme consta no verso. O dono deste bilhete é o taxista Ignacio Cezario da Paz Junior, de 52 anos, que mora no Rio de Janeiro e diz ser suposto neto do importante engenheiro e político que presidiu a Copel entre 1957 e 1960. Benjamim de Andrade Mourão tem até uma rua com seu nome no Cajuru.
Ignacio encontrou o bilhete após limpeza no armário de seu pai, Ignacio Taboão Cezario da Paz, falecido há cerca de dois anos com mais de 80 anos. “Soube que meu pai era filho adotivo e fomos visitar a família de criação dele em Londrina. Eles contam que meu pai foi abandonado porque a família do Benjamim era muito tradicional e tinham medo de escândalo, já que a minha avó era pobre e não eram casados”, narra o filho.
Poucas informações
Segundo Ignacio Junior, seu pai não gostava que tocassem no assunto e evitava ao máximo falar sobre os pais biológicos, apesar da insistência dos filhos. “Minha mãe conta que Benjamim veio do Rio quando soube do nascimento da minha irmã mais velha e tentou ajudar financeiramente, mas meu pai o desprezou. Foi quando o Benjamim teria escrito o tal bilhete”, diz.
Da avó, só sabe que chamavam de Mariquinha e mais nada. Já do avô, ele imagina que se casou e teve filhos em Curitiba. “Eu fiquei com essa história na cabeça. Esse bilhete fica na minha gaveta. Eu devo ter primos, primas, tios. Queria conhecê-los, mas é difícil conseguir informações”.
A Copel confirmou que o ex-funcionário já é falecido e explicou que a companhia não tem autorização de divulgar mais informações sobre a família.
