Duas tartarugas foram resgatadas por um morador de Antonina, no Litoral do Paraná, na tarde de domingo (18). De acordo com testemunhas, um pescador trouxe os animais em seu barco e os abandonou perto da costa. Ao ver o sofrimento das tartarugas que estavam atolando e quase não conseguiam se mexer, um morador da região as levou de volta ao mar, porém, uma delas estava bastante debilitada e morreu antes de ser libertada.
“Cansamos de cortar as redes e soltar os animais, seja tartaruga, boto ou arraia. Peixes pequenos também são soltos. Já ajudei a salvar esses animais. O pescador que recolhê-los ou deixá-los morrer deve ser punido. Eles costumam vir até perto da costa para dar cria e vão embora. Já vi alguns pescadores matando, mas não pude fazer nada”, comentou José Lourenço Pereira, que mora e trabalha em Antonina há 18 anos.
“Aqui o pessoal rouba palmito, assalta residência e ninguém vem para nos proteger. Crime ambiental é comum. Os pescadores jogam tartaruga, arraia perto da costa que depois morrem e os pássaros aparecem para comer a carcaça. A fiscalização é que nunca da as caras. Antonina está abandonada, acontece pesca predatória e ninguém está tomando providências”, relatou outro morador, que pediu para não ter o nome divulgado.
Lei ambiental
Promover distúrbio na rotina ou no ambiente em que vivem animais selvagens é considerado crime ambiental, previsto na Lei nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998. A legislação prevê sansões e penas que vão da detenção de um a três anos, mais multa, para captura, matança, coleta de ovos e distúrbios de habitat da fauna silvestre.